quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Apresentação na Uniguaçu primavera de 2009

História da Katana

A espada foi a arma mais usada no Japão medieval, principalmente após sua unificação pelo Shogun Tokugawa Ieyasu (início do séc XVII), período de muitos duelos entre samurais. Tão grande era sua importância que foi declarada privilégio exclusivo da classe guerreira em 1588. “A espada é a alma do samurai”, disse Tokugawa Ieyasu.
Um samurai era facilmente reconhecido pelas ruas por portar duas espadas presas ao obi, uma longa, a Katana (de 60 a 90 cm), usada nas lutas em locais amplos, e uma menor, a Wakisashi (de 30 a 60 cm), para espaços fechados (castelos, florestas). O Daishô, nome dado ao conjunto, representava o estatuto máximo dos samurais, simbolizando o orgulho e emblema do guerreiro. Havia uma terceira arma, o Tanto, uma faca fina que ficava escondida e era usada só em emergências.

A história da Katana está ligada à história do Japão e ao desenvolvimento das técnicas de luta. Sua denominação muda conforme o período ao qual as peças pertencem.

Jokoto ano 795
Koto (espadas antigas) 795-1596
Shinto (espadas novas) 1596-1624
Gendaito (espadas contemporâneas) 1876-1953

Jokoto
Durante o período Jokoto (800 d.C.), as espadas usadas eram retas, com fio simples (a Chokuto) ou duplo (Ken) e pobremente temperadas. Não havia um desenho padrão e eram atadas à cintura por meio de cordas. Evidências históricas sugerem que elas eram feitas por artesãos chineses e coreanos que trabalhavam no Japão.

Koto
A partir do período Heian (794-1185), surge o termo Nipponto ou Nihonto, que significava “espada japonesa” (nippon=japão, to=espada). A mudança no estilo de luta criou a necessidade de alteração no seu formato. Não se guerreava mais a pé, mas sim a cavalo. As espadas tornaram-se longas, curvadas, com uma base mais larga e forte e uma ponta bem fina. As espadas desta época são chamadas de Tachi e representam a categoria das antigas espadas ou Koto.
Neste período, as inscrições nas espadas derivavam, de motivos budistas, representando a forte ligação do cuteleiro com a religião e com seu trabalho. Foi criado o método de forjar com a superfície extremamente dura e o núcleo macio.
O período Kamakura (1185-1333), com o Japão sob domínio da classe guerreira, foi considerado a época de ouro da espada japonesa. Muitas espadas consideradas tesouro nacional foram produzidas neste período.
A Katana (a clássica arma dos samurais) surgiu no período Muromachi. Com os feudos em guerra, enquanto os exércitos cresciam, os soldados a cavalo se tornavam mais raros e a força principal vinha daqueles que combatiam a pé. Variando entre 60 a 90 cm no comprimento e com lâmina de largura uniforme, eram mais fáceis de carregar e mais rápidas para sacar.

Shinto
Era Edo. Iniciou-se o governo de Tokugawa e, apesar das armas de fogo já fazerem parte do armamento dos exércitos, as espadas ainda eram produzidas e de forma ainda mais refinada, com a matéria-prima mais acessível e a troca de experiência entre os cuteleiros que passaram a viajar com os exércitos.
A espadas deste período são conhecidas como espadas novas.
Esta fase foi curta, pois com a unificação interna do Japão, foi instituída uma lei proibindo o porte de espadas pelos samurais. Soma-se a isto a inflação e a queda na qualidade do aço produzido, piorando a qualidade das espadas.

Gendaito
Espadas feitas a partir da era Meiji são chamadas de espadas modernas ou Gendaito. Estas foram feitas na maior parte para os oficiais militares japoneses, para rituais e ocasiões públicas. Apesar de possuírem as mesmas formas de uma espada tradicional, não tinham as características principais do artesanato (feito a mão) e do aço não industrial.




Shinken Katana - A alma do samurai






Katana (pronuncia-se "cataNA", palavra oxítona) é o sabre longo japonês. Surgida no período Muromachi, era a arma padrão dos samurais e também dos ninjas para a prática do kenjutsu, a arte de manejar a espada. Tem gume apenas de um lado, e sua lâmina é ligeiramente curva. Era usada tradicionalmente pelos samurais, acompanhada da wakizashi. A katana era usado em campo aberto, enquanto a wakizashi servia para combate no interior de edifícios, apesar de samurais mais habilidosos usar ambas ao mesmo tempo, uma em cada mão, como o lendário Miyamoto Musashi. O conjunto das duas armas chama-se daisho, literalmente "grande e pequeno", e podia ser usado apenas pelos samurais, representando seu prestígio social e honra pessoal. A difereça entre a katana ninja (Ninja-to) e a katana samurai se da na sua forma, sendo que a ninja tem forma reta e ponta também reta, tendo a lâmina não tão afiada (em razão da pratica do "doku no jutsu" - envenenamento), já a samurai possui uma leve curvatura e ponta semi-curva, muito bem afiada. Isso se dá a diferença de que o ninja carrega sua espada nas costas, portanto um corte vertical de cima para baixo, e o samurai levar sua espada na altura da cintura realizando um corte transversal de baixo para cima ou horizontal.
A espada Katana era muito mais que uma arma, para um samurai, era a extensão de seu corpo de sua mente. Forjadas em seus detalhes cuidadosamente, desde a ponta, até a curvatura da lâmina eram trabalhadas totalmente mão. Assim, os samurais virtuosos e honrados faziam de sua espada uma filosofia de vida. Para o samurai, a espada não era apenas um instrumento de matar pessoas, mas sim uma forma de fazer a justiça e ajudar as pessoas. A espada ultrapassava seu sentido material; simbolicamente, era como um instrumento capaz de "cortar" as impurezas da mente. Além da katana, os samurais portavam um outras espada menor, o Wakizashi. Alguns a usavam para lugares menores, outros usavam-na simultaneamente com a katana dependendo do estilo de luta do samurai. Alguns carregavam um faca para emergências.
Havia ainda um sabre pequeno, chamado tantô. Esta era utilizada não apenas para combates, mas também para o ritual do seppuku (suicídio ritual). A diferença básica entre as três era o tamanho, tendo a katana um comprimento de 60 ~ 90 cm de lâmina (hamon); a wakizashi entre 30 ~ 60 cm; e o tantô com comprimento de cerca de 30cm. Cada espadachim escolhia as espadas de acordo com as suas preferências, tanto em termos de forja quanto em termos de comprimento e curvatura da lâmina.
As medidas das espadas japonesas são referenciadas em shaku (equivalente a 30cm). Qualquer lâmina menor que um shaku é considerada uma tanto, se o comprimento da lâmina for entre um e dois shaku então ela é considerada como uma shoto (é a categoria da wakizachi e kodachi). Se a lâmina possuir um comprimento maior que dois shaku, então ela é considerada como uma katana. Ainda, se a lãmina tiver de quatro a cinco shaku, ela é considerada uma Masamune (katana de três punhos)
Afora estes, existem muitas outras variantes de sabres japoneses.

Esquema de uma katana
Kenjutsu, Kendo, Iaidô e Iaijutsu são as artes marciais comumente associadas ao manejo da katana.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O Fluxo de KI, por Kisshomaru Ueshiba

Ki é um dos difíceis conceitos do pensamento oriental, o qual tem contribuído para o alto padrão da filosofia que nós na Ásia temos herdado de nosso passado ancestral.

Nossos ancestrais acreditavam que ki era a pró vida. Este é o caminho para concentrar a força da vida ou o poder do espírito. Mesmo nos dias de hoje nós usamos muitas palavras que refletem esta herança. Por exemplo, nós sentimos que nada pode ser realizado por uma pessoa que tiver o seu ki caído, desespiritualizado, ou se seu ki definha, estar em baixo espírito. A doença em japonês pode ser literalmente lida como doença do ki e é assim que está ligada em nossas mentes com a morte.

Quando é possível ativar livremente e exibir o máximo do ki qualquer ser humano possui, este leva a um inesperado e forte poder. Ele também permite viver mais livre e mais vigorosamente a vida. Aqui repousa o significado da existência do Aikido. Quando corretamente treinado, uma pessoa torna-se hábil para manifestar seu ki livremente.

Afim de dominar este sentimento, o ki, que é o conteúdo do poder da respiração humana, e o ki original, que é onipresente no universo, devem estar em concordância. A característica que distingue os movimentos do Aikido é que eles harmonizam-se com a ordem do universo e ajustam-se espontaneamente a suas mundanças, por isso em Aikido um treino com o objetivo de conceber a unificação do ki individual com o ki do universo é feito pela alimentação kokyuryoku, o poder da respiração. Quando este poder da respiração é expandido para todas as partes do corpo e enviado para fora diretamente por ambas as facas das mãos, as técnicas do Aikido tornam-se ativas e mostram seu completo valor. Isto leva uma pessoa a tornar-se una com a totalidade da natureza.

É impossível executar a forma da Mãe Natureza em si mesmo se seus movimentos estão aprisionados dentro do ego. O oponente deve ser guiado e feito uno com seus movimentos, enquanto você permanece no estado de espírito que é freqüentemente chamado o domínio do não eu. É aqui que se sente o fluxo vivo do ki. Quando alguém está habilitado a dominar as técnicas Aiki de tal modo que ela fica livre e fluente em seu comando, o adversário poderá ser movido para qualquer lado que se queira por meio do fluxo vivo de ki. Ele terá aprendido a respirar o fluxo de ki do oponente dentro da sua própria respiração e poderá controlá-lo através desta unidade antes do que pela oposição.

Este uso correto do Fluxo do Ki pode ser somente dominado através do treinamento constante do Aikido e pelo uso correto da força da respiração. Assim nós podemos definir o fluxo de ki como sendo o estado no qual a totalidade da força vital que está distribuída para qualquer se humano está sendo demonstrada na mais completa emanação possível.

domingo, 27 de setembro de 2009

BUSHIDO - O CÓDIGO

I. Honestidade e Justiça – GI
Ser extremamente honesto em todos os contatos com todas as pessoas. Acreditar na justiça, não naquela vinda de outras pessoas, mas de você mesmo. Para os verdadeiros samurais, não existem meios tons, mas questões envolvendo honestidade e justiça.
Só existe o certo e o errado.

II. Cortesia e Polidez – REI
Os samurais não têm razão para serem cruéis. Eles não precisam provar sua força. Um samurai é cortês mesmo com seus inimigos. Sem essa manifestação externa de respeito, não somos mais do que animais. Um samurai é respeitado não só por sua força na batalha, mas também pelo modo como lida com os outros homens.
A verdadeira força interior do samurai fica evidente nas horas difíceis.

III. Coragem heróica - YU
Estar acima das massas de homens que tem medo de agir. Esconder-se como uma tartaruga em seu casco não é viver de maneira alguma. Um samurai deve possuir uma coragem heróica. Esta é incondicionalmente arriscada. É perigosa, é viver a vida totalmente, completamente, maravilhosamente.
A coragem heróica não é cega ela é inteligente e forte.

IV. Honra – MEIYO
Um verdadeiro samurai só houve um juiz de sua honra, e este é ele mesmo. As decisões que toma e o modo como as executa são reflexo de quem você realmente é. Você não pode esconder-se de si mesmo.

V. Compaixão – JIN
Por meio de um treinamento intenso, o samurai se torna forte e rápido. Ele não é como os outros homens. Ele desenvolve um poder, deve ser usado para o bem de todos. Ele tem compaixão. Ele ajuda os outros homens em cada oportunidade. Caso uma oportunidade não surja, ele faz todo o possível para encontrar uma.

VI. Sinceridade completa – MAKOTO
Quando um samurai diz que desempenhara uma ação, pode considerar tal ação executada. Nada irá impedir de terminar aquilo que disse que irá fazer. Ele não tem de “dar sua palavra”. Ele não tem de “prometer”.
Falar e fazer são a mesma coisa.

VII. Dever e lealdade – CHU
Para o samurai ter feito alguma “coisa” ou dito alguma “coisa”, significa que tal “coisa” faz parte dele. Ele é responsável por ela e por suas conseqüências. Um samurai é imensamente leal àqueles que estão sob seus cuidados. Por aqueles pos quem é responsável ele permanece ardentemente fiel.

sábado, 26 de setembro de 2009

Batista Sensei II a saga continua....

Comece no vazio


Já foi dito que antes de poder encher seu copo, você deve esvazia-lo primeiro. Este, em alguns aspectos, foi o tema central de Hiroshi Ikeda Shihan durante sua visita ao Columbus Aikikai de 3 a 5 de Outubro de 2003.

Ikeda Sensei enfocou uma série de temas que se inter-relacionavam em suas aulas, e eu tentei reunir o espírito destes temas abaixo. O Sensei enfatizou o quanto o Aikido envolve fazer varias coisas ao mesmo tempo, e, por isso, falar sobre as coisas individuais que um praticante de Aikido deve fazer em elementos simples não é fácil. Mesmo assim, vou tentar fazer o melhor possível, apresentando o tema abrangente de EVITAR LUTAR CONTRA SEU PARCEIRO



EVITANDO LUTAS

Para evitar uma luta, estas são as cinco coisas que você deve fazer:

• Pratique reconhecer o momento certo. Quando você age no momento certo, as técnicas são fáceis. Quando você está atrasado, as técnicas são difíceis.

• Encontre o lugar mais fácil. Todos têm um lugar para se mover, que faz com que o movimento seja fácil. Isso é difícil de ser ensinado, porque cada pessoa tem que aprender para onde se mover de acordo com seus corpos. Isso requer um estudo paciente.

• Relaxe. O relaxamento melhora a velocidade, a mobilidade, a eficiência e a sensibilidade. Isso também atrai seu parceiro para seu movimento durante a técnica.

• Mantenha a mente aberta. Relaxar a mente também ajuda a relaxar o corpo. Quando sua mente está vazia de preconceitos, é mais fácil ver o que está acontecendo e entender qual é a resposta necessária.

• Seja primeiro um principiante, depois se torne um expert. Entenda que todos devem se aproximar de cada momento como um principiante, para depois experimentar e se divertir com esse momento – ou mesmo falhar e aprender o que funciona e o que não funciona. A maestria vem com o tempo e o esforço. Eventualmente, você fará todas essas coisas que se inter-relacionam de uma só vez. Entretanto, o Sensei falou sobre cada um desses cinco assuntos em detalhes.



Pratique reconhecer o momento certo.

As artes marciais lidam com lutas. O momento certo é se mover desde o inicio dos exercícios até o momento da luta.
A diferença entre você atingir seu parceiro ou ser atingido por ele é se mover no momento certo.
Não espere que seu parceiro o atinja. Vá em frente e avance para seu parceiro até o ponto de contato, e encontre o lugar mais fácil para desequilibrá-lo.
Encontre o lugar mais fácil

Encontrar o lugar mais fácil para fazer a técnica é uma das coisas mais difíceis de ensinar no Aikido. O corpo de cada pessoa é diferente, então você deve descobrir em que ponto fazer a técnica fica mais fácil para seu corpo. Isso significa que você deve ter a iniciativa de descobrir esses pontos.
Descobrir o “lugar mais fácil” quanto ao ponto de contato é o que realmente desequilibra seu parceiro e o que determina como o movimento vai acontecer. A pegada ou o golpe determinam para onde seu parceiro vai. Se você não encontra o “lugar mais fácil” durante a pegada ou o golpe, você não vai desequilibrar seu parceiro.
No “lugar mais fácil”, pequenas mudanças na sua postura poderão manter seu parceiro preso firmemente no lugar em que está acontecendo o movimento, e o impedirão de escapar.
Para os iniciantes, o “lugar mais fácil” para se mover é aonde lhes é ensinado, com movimentos largos. Com o tempo, entretanto, os alunos mais avançados devem tentar fazer movimentos menores, eficientes e relaxados, para conseguir achar o “lugar mais fácil”.
Relaxe

Como já foi dito, o relaxamento melhora a velocidade, a mobilidade, a eficiência e a sensibilidade. Em resumo, o relaxamento nos ajuda a estabelecer e a usar a conexão com nosso parceiro para nos tornarmos um só corpo. Somente com o relaxamento você consegue direcionar seu parceiro.
Nós relaxamos quando estamos confortáveis. Isso significa praticar até estarmos confortáveis com nossos movimentos, até que nosso corpo saiba bem o que está fazendo. Um cérebro inteligente é bom, mas um cérebro inteligente com um corpo inteligente (que sabe o que fazer) é muito melhor.
Movimentos rígidos fazem com que seu parceiro lute contra você. Se você relaxa, seu parceiro acha que tem o controle. Se ele não está confortável ou acha que perdeu o controle, ele pode soltar o contato que tem com você antes que você possa fazer a conexão.
Quando você está relaxado, e se move, sua conexão trás seu parceiro junto com você. Então você não move seu parceiro, simplesmente se move.
Sua força não vem de um esforço violento, ela vem do seu movimento giratório e seu peso.
Mantenha a mente aberta



Relaxar a mente ajuda a relaxar o corpo. Se sua mente está preocupada com seus pensamentos, isso interferirá com seus movimentos. Por exemplo, se você acha que precisa segurar seu parceiro depois de desequilibrá-lo, isso prenderá sua mão, que fica “presa” ao lugar que segurou. Essa mão já não está ajudando.
Mas, se sua mente está livre de preconceitos (i.e. idéias preconcebidas) é mais provável que você consiga ver o que está acontecendo e o que precisa fazer para responder a um ataque. Assim, você se aproxima de seu parceiro com uma mente de principiante, mas sua resposta (que deve ser deliberada) contém sua experiência e sua compreensão.


Seja primeiro um principiante e depois um expert.

Ir com cuidado no inicio é muito bom para os principiantes, porque assim eles podem aprender a forma e treinar uma boa postura. Depois que a forma e a postura estejam estabelecidas, o aluno deve treinar para ficar relaxado mesmo quando o parceiro luta contra ele.
Os movimentos iniciais servem para estabelecer uma conexão, para tornar a operação mais fácil para o aluno. Com o tempo, o aluno deve tomar a iniciativa para tornar a operação mais realística e ao mesmo tempo manter-se relaxado, manter o fluxo do movimento e o controle.
Os iniciantes começam estendendo os braços em grandes movimentos dinâmicos. Isso é bom para principiantes e para aprender uma nova técnica, mas o aluno mais avançado deve sentir que seus movimentos se tornam mais controlados e mais focalizados no seu centro.
Cada nova técnica que você aprende exige que você seja um principiante, não importa o quão bom é seu Aikido. Não se preocupe com isso. Uma nova técnica é como um novo instrumento musical, e achar que você pode tocar violoncelo por ser um pianista é um absurdo. Comece do principio, aprenda o novo movimento, cometa erros, divirta-se, trabalhe com afinco, e a técnica se desenvolverá naturalmente.
Com o tempo, comece a iniciar sua resposta ativamente quando perceber o que seu parceiro está fazendo. Não espere que ele o segure – comece imediatamente para fazer o contato no momento e no lugar escolhidos por você.
Os alunos do Columbus Aikikai gostariam de agradecer a Ikeda Shihan e a todos os visitantes que compareceram ao seminário pelos bons momentos e pela fantástica experiência de aprendizado. Agradecemos especialmente aos que vieram de outros estados, da Pennsylvania, Indiana, e até de North Carolina. Agradecemos pelo apoio e o tempo dedicado que tornaram esse evento um sucesso.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mitsu domoe- símbolo da academia Soshin Dojo


Mitsu domoe, que significa Triplo Domoe. É o símbolo que representa o Deus do trovão no japão, o Kaminari ou Susanoo no Mikoto. Quando tem uma tempestade e ouvem-se os trovões, conta a lenda que na verdade esse barulho é o Kaminari batucando em seus enormes tambores lá em cima das nuvens. Então no Japão, esse desenho simboliza não somente a força do trovão, mas força em geral. Traz força para quem o tenha. As bandas japonesas de Taiko (que tocam naqueles tambores gigantes) geralmente (praticamente todos, 95%) usam esse desenho pintado nas peles dos tambores.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Estratégia samurai

Confira os passos para usar os ensinamentos do maior espadachim japonês da história na vida moderna

 
No Japão feudal, época em que as disputas e a busca pelo aperfeiçoamento faziam a diferença entre a vida e a morte em um duelo, um homem se destacou por ter se tornado invencível. Nos tempos modernos, ele é um exemplo para todos que desejam a vitória em seus projetos.
Pela sua perseverança e mente obstinada, Miyamoto Musashi (1584-1645) é reverenciado como o maior samurai de todos os tempos. Após seus anos de batalhas, ele escreveu Go Rin no Sho (O Livro dos Cinco Anéis), um tratado de como um guerreiro deve se portar na vida. Seus ensinamentos estão sendo utilizados por homens de negócio e esportistas de todo o mundo.
Os samurais representam uma das maiores expressões da cultura do Japão. Seu modo de vida, baseado em um rígido código de honra (chamado de bushido), determinou a maneira de pensar da sociedade nipônica.
Sem a herança desses guerreiros, dificilmente os japoneses teriam hoje a segunda maior economia do mundo. Não seria exagero dizer que a estratégia de combate e as táticas espadachins contidas no bushido ajudaram muito no impressionante sucesso dos empresários japoneses, principalmente depois da derrota na Segunda Guerra Mundial.
Mas as lições de Musashi não se limitam aos empresários e executivos. Basta ter um objetivo definido para poder aplicar essas lições.
As dicas a seguir foram extraídas do livro Estratégia Samurai (de Boyé Lafayette De Mente, Editora JBC, 112 páginas), que contém os ensinamentos do mestre espadachim adaptados para a mundo contemporâneo.
Estabeleça metas
ArquivoMiyamoto Musashi fez duas observações sobre estabelecer metas: primeiro, você deve escolher uma meta antes de atingi-la; segundo, quanto mais difícil for, mais esforço deverá dispender para alcançá-la. A meta de Musashi, que ele estabeleceu ainda antes de chegar à adolescência, era tornar-se o melhor espadachim do mundo. Era uma meta ambiciosa, ainda mais em um tempo em que a habilidade com as espadas era uma questão de vida ou morte para a classe que dominava o Japão. A lição: é impossível conseguir grandes realizações sem estabelecer metas, e você deve ser ambicioso. Metas ambiciosas o ajudarão a focalizar suas energias e ações, para que tudo o que faça tenha o máximo efeito possível
Esteja preparado
Musashi repetia, incessantemente, que conhecer a si mesmo, suas armas, o ambiente e seu inimigo é tão importante quanto as suas habilidades em lutar ou negociar. Ele era mestre em se preparar para uma batalha com antecedência. Seu objetivo era nunca deixar espaço para o azar. Ele ensinou que o guerreiro cuja mente está preparada fica em vantagem, não importa a arma que usar. Musashi preparava-se, meticulosamente, não apenas para situações que ele esperava, mas também para guinadas inesperadas no destino. Não é necessário dizer que gastar tempo se preparando detalhadamente para encontros, competições ou outros fatos importantes dará a você uma enorme vantagem.
Preste atenção nos detalhes
ArquivoUma das frases mais populares dos samurais lembrava que eles deveriam encarar, casualmente, as grandes coisas e, seriamente, as pequenas – como se a vida dependesse desses detalhes. Em seu tratado, Musashi enfatizou que prestar atenção aos pequenos detalhes era um dos aspectos essenciais para vencer qualquer batalha, ou ter êxito em uma empreitada. Geralmente, o motivo que leva as pessoas a falharem em grandes tarefas é o fato delas terem ignorado as pequenas coisas. Durante sua vida, Musashi pôs em prática essa filosofia por meio de estudo constante e treinamento. Ele nunca supunha ter aprendido tudo ou que os detalhes se resolveriam sozinhos
Integridade absoluta
A base do código dos samurais é a justiça – nada é mais abominável para eles do que relacionamentos dissimulados ou comportamentos injustos. O conceito de justiça é o poder de decidir o curso de uma ação de acordo com a razão ou, nas palavras de um samurai, “bater quando for certo bater e morrer quando for certo morrer”. Assim como na época de Musashi, a aceitação dos padrões morais e sociais não deixa dúvidas quanto à maneira correta de agir. Em ambigüidades ou incertezas sobre o comportamento, competidores e combatentes podem focar na tarefa que têm a fazer. A integridade absoluta do código samurai é essencial para alcançar sucesso e, ao mesmo tempo, agir de acordo com os padrões de uma sociedade moral.
Não se prenda a um estilo
ArquivoMusashi viajou por todo o país e encontrou outros samurais em duelos e sessões de demonstração (chamadas de “comparações de técnica”) para aprender diferentes modos de luta. Quanto mais se tornava familiarizado com a variedade, menor era a chance de ser confrontado com um estilo contra o qual não soubesse se defender. Seja na batalha, negócios ou esporte, as pessoas costumam agir da forma como foram ensinadas, ou da maneira que deu certo para elas no passado – ainda que não funcionem no presente. A lição, portanto, é não se prender a qualquer modo de pensar. Você tem mais chance de se dar bem se mudar suas táticas no momento em que os velhos modos não funcionam mais.
Veja o invisível
Filmes japoneses sobre os feitos dos samurais, muitas vezes, retratam o herói que “vê” coisas que as pessoas comuns não podem enxergar e, de alguma maneira, “sabe” a localização exata de um objeto ou inimigo escondido. É claro que há exageros, mas existem registros de que muitos sacerdotes zen e guerreiros samurais aguçavam seus sentidos a ponto de poder, de fato, ver e ouvir coisas que eram invisíveis e inaudíveis para os outros. O ponto aqui não é gastar anos meditando para ter olhos e ouvidos de super-homem, mas atingir a capacidade de estar sempre calmo, controlado e sensível às coisas que passam à sua volta. Depois de atingir esse nível de tranqüilidade e sensibilidade, você terá uma vantagem distinta sobre os outros competidores, que ainda não desenvolveram seus sentidos no mesmo nível
A importância da flexibilidade
ArquivoA água era um dos “cinco anéis” que formam a base das táticas de luta de Musashi. Ele a escolheu porque é a mais flexível de todas as coisas na natureza, se adaptando, instantaneamente, a qualquer formato que encontrar. Além disso, a água se move sem esforço e supera até as barreiras mais poderosas. Ele observou que, quando os esforços são bloqueadas e o progresso não pode ser alcançado, é necessário imitar a água que estava represada, repentinamente, rompendo as barreiras com força e velocidade incríveis. A flexibilidade estava, de fato, no centro de praticamente tudo o que Musashi ensinou. Ele foi além ao aconselhar seus discípulos a “serem” flexíveis nas lutas; ele disse que era necessário “absorver” a flexibilidade na mente, assim como no corpo, de maneira que ela passasse a ser algo natural. Dessa maneira, pode-se evitar a situação de ser pego desprevenido
Nunca pare de aprender
Por volta do século XV, o “código do samurai” passou a requerer que os guerreiros também fossem habilidosos na literatura, especialmente na poesia, e em outras artes refinadas. Isso os obrigou a devotar anos de estudo a essas novas disciplinas, assim como a se manter em dia com a prática de artes marciais, que era a essência da profissão. Não é exagero dizer que os japoneses, pela herança cultural, tornaram-se obcecados pelo aperfeiçoamento constante. Aos 29 anos, Musashi havia se tornado invencível nas batalhas. Ele passou a combinar seu treinamento diário em artes marciais com instrução em artes refinadas. Ele ainda estava “em treinamento” até os últimos meses de vida, quando a doença roubou sua força. Antes de morrer, ele também se tornou um mestre de caligrafia, um artista habilidoso e um escritor notório. Esse tipo de transformação bem-sucedida requer tanto um treinamento constante quanto uma habilidade de expandir suas metas com o passar do tempo.
Foco na vitória
ArquivoUm dos elementos mais importantes para Musashi era aquilo que ele chamava de “atitude vencedora”. Ele queria dizer que a mente deve estar totalmente focada na vitória. Em suas batalhas, ele fazia todo o esforço para livrar sua mente de medos, dúvidas ou reservas que pudessem distraí-lo. Mente e corpo estavam focados em uma meta: vencer rápido e absolutamente. Ele destacava que os guerreiros não devem negligenciar suas armas ou esperar a derrota. Um guerreiro deve sempre ir ao combate preparado e esperando vencer. Essa habilidade é, certamente, um traço comum de todos os grandes campeões
Perseverança
É óbvio que para ser bem-sucedido em qualquer missão difícil é necessário perseverar – isto é, persistir e manter os esforços constantes para alcançar um propósito, mesmo diante de obstáculos ou decepções. O conceito de perseverança era uma das bases da cultura samurai e teve seu auge no comportamento de Musashi. Ele estabelecia uma meta e nunca hesitava em persegui-la. Esse traço se tornou uma característica de todos os japoneses conforme as gerações passavam. Perseverança continua sendo um elemento chave na cultura dos japoneses e é ainda um dos valores mais visíveis na personalidade da maioria.
O samurai da vitória
Arquivo
Miyamoto Musashi, o samurai mais famoso do Japão, nasceu em 1584 e morreu de causas naturais em 19 de maio de 1645, aos 61 anos.
Os japoneses o consideram a síntese dos mais admiráveis traços da herança samurai – a habilidade de focar em metas específicas, o contínuo esforço para melhorar, a dedicação à qualidade, a perseverança e o espírito insaciável.
Mas há, também, registros de que ele tenha sido um desses poucos indivíduos capazes de captar e absorver a essência de tudo que observava e torná-la parte de seus conhecimentos.
Em seus esforços para lapidar suas habilidades de combate juntando-se a espadachins de reputação, Musashi foi um viajante inveterado, gastando muito tempo de sua vida na estrada.
Em 1640, alguns anos antes de se aposentar e escrever Go Rin no Sho, Tadatoshi Hosokawa, senhor do feudo Hosokawa, em Kumamoto, pediu a Musashi que escrevesse a essência de seu estilo de luta. Em janeiro do ano seguinte, Musashi presenteou Hosokawa com um manuscrito de 30 páginas, intitulado “Os 35 Artigos das Artes Marciais” (que, na verdade, continha 36 artigos). Esse manuscrito serviu de esboço para O Livro dos Cinco Anéis.
Tendo desenvolvido tamanha habilidade, a ponto de não ser derrotado, Musashi refletiu sobre a arte da luta de espadas e como vencer. Uma de suas regras era que a única meta em uma vitória é vencer, e vencer absolutamente. Essa era a base de sua filosofia e tornou-se o coração de Go Rin no Sho, no qual ele estabelece os princípios de suas técnicas para a vitória

TAIKO


A palavra taiko significa "grande tambor" em Japonês. Fora do Japão a palavra é usada frequentemente para referir-se a alguns dos vários tambores japoneses ( 'wa-daiko', "Tambor Japonês", em Japonês)

 Tipos de Taiko

O nagado-daiko ( taiko de corpo longo) consiste de duas peças de pele de vaca estendidas e tensionadas sobre um corpo de madeira (tradicionalmente escavado em uma única peça, mas hoje em dia feita de tábuas como um barril). As peles do tsukeshime-daiko ( às vezes chamado simplesmente de "shime-daiko" ou "shime") são estendidas sobre anéis de aço e montadas como um sanduíche sobre um corpo menor. As cordas usadas para fixar as peles no tsukeshime-daiko's são tensionadas antes de cada uso. O okedo-daiko ( taiko com corpo em barril, normalmente chamado de "okedo" ou "oke") pode ser montado sobre um suporte e tocado como outros tipos de taiko, mas é usualmente fixado com alças e carregado nos ombros do percussionista que pode assim andar e tocar ao mesmo tempo. Outros taikos japoneses incluem o uchiwa-daiko (taiko), hira-daiko ( taiko chato), o-daiko ( grande taiko) e uma variedade de outros instrumentos de percussão utilizados nos conjuntos musicais japoneses como o noh, o gagaku e o kabuki.
Os tambores okedo-daiko drums vão desde pequenos instrumentos fáceis de carregar até o maior de todos os tambores japoneses. Diferentemente do nagado, este tambor pode ser feito em vários tamanhos mas não em qualquer tamanho, devido à sua construção com tábuas de madeira.
A região de Aomori é famosa pelo festival Nebuta onde enormes okedo-daiko são tocados por muitas pessoas enquanto são transportados pelas ruas.
O okedo também pode produzir um som metálico por percussão em seu anel, chamado "ka." Ao produzir este som, os músicos devem ter cuidado para percutir apenas a parte externa do anel metálico e não o ponto de fixação no corpo do instrumento. A madeira fina e leve do okedo pode ficar marcada e rapidamente deteriorada se atingida.

 Usos do taiko na guerra

No Japão feudal, taikos eram frequentemente usados para motivar as tropas, para ajudar a marcar o passo na marcha e para anunciar comandos e anúncios marciais. Ao se aproximar ou entrar no campo de batalha o taiko yaku (tocados de tambor) era responsável por determinar o passo da marcha, usualmente com seis passos por batida do tambor (batida-2-3-4-5-6, batida-2-3-4-5-6).
De acordo com uma das crônicas históricas (o Gunji Yoshu), nove conjuntos de cinco batidas servia para levar um batalhão à batalha, enquanto nove conjuntos de três batidas aceleradas três ou quatro vezes e seguidas pelos gritos "Ei! Ei! O! Ei! Ei! O!" era a chamada para avançar e perseguir o inimigo.

 http://www.youtube.com/watch?gl=BR&hl=pt&v=pZO47QxV-iY

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Bushido - O caminho do Samurai

Bushido

O caminho do guerreiro samurai



O Bushido (bushi = guerreiro, do = caminho), o código de honra e ética do guerreiro samurai, despertou o interesse de muita gente, em 2004, especialmente pelo lançamento do filme "O Último Samurai" que mostra o astro Tom Cruise como um militar americano cuja vida muda ao conhecer os samurais e o Bushido.

É natural, num tempo e sociedade tão carentes de valores como estes no qual vivemos, que o Bushido chame a atenção. Seus valores atemporais trazem uma clara noção entre certo e errado, acrescentando mais importância e ideal à vida das pessoas.

O Bushido surgiu e se consolidou juntamente com a história dos samurais, durante os períodos Heian a Tokugawa. As virtudes do Bushido, Justiça (GI), Coragem (Yuu), Benevolência (Jin), Educação (Rei), Sinceridade (Makoto), Honra (Meiyo) e Lealdade (Chuugi), tiveram sua origem em três correntes principais, o Budismo, o Xintoísmo e o Confucionismo.

Do Budismo, o Bushido herdou a coragem ao encarar a morte e o desapego pelas questões materiais.

Do confucionismo vem a lealdade ao senhor feudal, a relação com a sociedade e a importância do nome da família. Dentro do Bushido, as linhas gerais que regem as mais variadas relações entre as pessoas, como Mestre e Discípulo, Sempai e Kohai, pai e filho, irmão mais velho e mais novo, marido e mulher possuem raízes no confucionismo.

Do Shintoismo trouxe o respeito para com a terra, com o feudo e a estima pela essência, o espírito, que há em tudo, desde as pessoas aos lugares, as espadas e os demais utensílios dos samurais.

Para o Samurai era preferível a morte à desonra. A desonra fica como uma mancha, marcando toda a família. Esta era uma vergonha que nenhum samurai conseguia suportar.

Uma das obras mais importantes sobre o Bushido é o Hagakure – "Folhas Ocultas" – escrito por Yamamoto Tsunetomo, um samurai da província de Saga, no Século XVII. A aceitação resoluta da morte fica clara no trecho: "O Bushido implica em escolher sempre a morte quando houver a possibilidade de escolha entre viver e morrer"

O grande samurai Miyamoto Musashi Sensei, inspirador do Instituto Niten e fundador do estilo praticado na entidade, escreveu em sua obra, o Livro dos Cinco Anéis: " O Caminho do Guerreiro é a aceitação resoluta da morte". Isto resume o sentimento do samurai em relação ao Bushido. A vida tem um valor imensurável, porém mesmo esta é deixada de lado face à valores ainda maiores.

O Bushido Hoje

Dois séculos após o fim dos samurais como classe social, o Bushido permanece vivo dentro da cultura japonesa. Isto se deve aos nove séculos em que o Japão teve nestes valores a guia-mestra para todas as relações humanas.

O prejuízo causado à população japonesa, após a Segunda Guerra Mundial, foi incrivelmente superado em pouco tempo. O país passou de nação derrotada a potencia mundial em apenas 30 anos. Essa recuperação foi diretamente influenciada pelo Bushido.

Apesar destes valores estarem hoje atenuados na sociedade japonesa, e muitas das novas gerações acreditarem que são valores pertencentes ao passado, há lugares onde o Bushido mantém sua forma próxima à original. Estes lugares são os tradicionais dojos de Kobudo.

Kobudo é como são denominados os estilos de combate criados antes de 1868 , o ano da restauração Meiji, que marcou o fim dos samurais como classe poucos anos depois.

São nestes Dojos que sobrevivem, de fato, os últimos samurais. Pessoas que cultivam, em pleno século XXI, o modo de viver dos guerreiros que fizeram da honra e da ética os instrumentos para governar uma nação.

fonte: instituto niten

domingo, 20 de setembro de 2009

47 Ronins


A história veridica dos 47 Ronin da provincia de Harima é provavelmente a história mais conhecida do valor dos ideais e valor do Bushido.

A lenda começa em 1701, um tempo de paz durante o Shogunato de Tokugawa.

O Shogun Tsunayoshi vivia e reinava em Edo, enquanto o Imperador, que tinha muito pouco poder politico, vivia em Kyoto. Para mostrar respeito para com o Imperador, Tsunayoshi enviava presentes para Kyoto por altura das celebrações do Ano Novo, e em retorno o Imperador mandava os seus presentes de Kyoto para Edo. Numa destas trocas de presentes Tsunayoshi decidiu enviar dois dos seus novos daimyos para receber os mensageiros imperiais. Naganori Asano-Takuminokami, Senhor do Castelo de Ako na provincia de Harima e Munehare Date, Senhor de Sendai. Pelo facto destes daimyos serem muito enexperientes em receber tão altos visitantes, o Shogun decidui designar um alto oficial chamado Yoshinaka Kira-Kozukenosuke para os apoiar.

Kira, que era um homem arrogante e de mau fundo, ficou bastante irritado com Lord Asano por este não o presentear com caros artigos em sinal de apreciação e respeito por sua ajuda. Desta forma,, Kira em vez de ajudar Lord Asano prejudicava-o sempre que podia e rebaixava-o publicamente sempre que tinha oportunidade. Depois de um par de meses nesta situação de abuso a tolerância de Asano terminou.

A 14 de Março incapaz de suportar mais os insultos de Kira, Lord Asano desenbainhou o seu Katana (em si uma ofensa capital quando efectuada dentro do castelo de Edo) e feriu Kira ao de leve. Por esta ofensa, o Shogun Tsunayoshi ordenou a Lord Asano que cometesse imediatamente seppuku. Kira, por outro lado, não recebeu qualquer punição. pelo contrario foi-lhe permitido continuar com os seus deveres oficiais.

O facto do Shogun não ter punido Kira e ter ordenado a execução de seppuku a Lord Asano irritou por demais os seguidores e amigos de Asano.

De acordo com as leis reinantes quando um samurai cometia seppuku, o seu castelo era confiscado pelo Shogun, a sua familia era deserdada, e os seus 321 samurai eram ordenados a separar-se e a dispersar, tornando-se assim Ronins. Os samurai de Asano não estavam muito conscientes de como actuar perante esta situação. Alguns pensavam que se deviam recusar a entregar o castelo ao Shogun, outros achavam que deviam planear uma ação de vingança e matar Kira, outros achavam que deviam respeitar a lei e render-se pacificamente.

Oishi Kuranosuke, chefe conselheiro de Lord Asano, depois de ouvir todas as opiniões transmitidas pelos samurai decidiu traçar um plano. Ele iria pedir ao Shogun o reestablecimento da "Casa de Asano" encabeçada pelo irmão mais novo de Lord Asano, Daigaku. Se esta petição falhasse os samurai de Lord Asano recusar-se-iam entregar o castelo e defende-lo-iam até à morte.



Nos dias que se seguiram, enquanto os agentes do Shogun se encaminhavam para Ako todos os samurai que se oponham à petição foram saindo do castelo, deixando apenas 60 samurai fieis a Lord Asano. Mesmo antes que qualquer dos emissários do Shogun chegassem ao castelo, Daigaku Asano enviou uma mensagem a Oishi pedindo-lhe que obedecesse às ordens do Shogun e entregasse o castelo.

Oishi e os restantes 59 samurai aceitaram o pedido de Daiguku, mas antes de entregarem o castelo decidiram traçar um palno de modo a restaurar a honra de seu mestre Lord Asano matando Kira, cujo caracter pouco tinha a haver com os samurai e que tanta desonra trouxe à familia de Lord Asano. Apenas a sua morte reporia de novo a honra a Lord Asano e a sua familia.

Deste modo separaram-se por forma a conceber e levar o seu plano em frente. Naturalmente que Kira suspeitava que os samurai de Asano tentassem vingar-se dele. Para afastar qualquer tipo de suspeita Oishi retirou-se para Yamashima, suburbio de Kyoto, onde foi ganhando a reputação de jogador e bebedo, o que fez diminuir a guarda por parte do Shogun, bem como os espiões de Kira.

O Shogun ainda com receio de que a questão da morte de Lord Asano ainda não tivesse resolvida ordenou a prisão de Daigaku Asano e sentenciou o seu confinamento e de sua familia a uma pequena provincia, acabando assim, com alguma esperança que pudesse haver quanto ao reestablecimento da "Casa de Asano".

Durante cerca de dois anos eles esperaram pacientemente, disfarçados de comerciantes, de vendedores de rua e até de bebedos, procurando obter informações sobre Kira e estando atentos aos seus movimentos por forma a encontrar uma oportunidade para tomar de assalto a sua mansão. Até que finalmente Kira relaxou e dimimuiu o desconfiança e a guarda a Oishi e seus companheiros.

Numa reunião secreta Oishi e os outros 59 Ronin decidiram que o tempo deles era chegado e que eles deveriam devolver a honra a seu mestre. Oishi decidiu levar consigo apenas 46 dos 59 Ronin. Ele decidiu enviar os outros 13 para junto das suas familias.

Um por um Oishi e os seu homens infiltraram-se em Edo, e numa noite nevosa de Inverno a 14 de Dezembro de 1702 os 47 Ronin atacaram a mansão de Kira enquanto ele dava uma festa do chá. Os 47 Ronin divididos em dois grupos atacaram a mansão pela entrada principal e pelas traseiras. Nessa batalha os 47 Ronin lutaram contra 61 guardas armados . Ao fim de hora e meia de batalha, os Ronin de Asano tinham morto ou capturado todos os guardas de Kira sem nenhuma perda.

Depois de uma busca pela mansão, Kira foi encontrado escondido na casa de fora. O Ronin trouxe Kira para o atrio principal e frente aos outros 46 deu-lhe a mesma oportunidade que foi dada a Lord Asano: morrer honradamente cometendo seppuku. Kira não queria cometer seppuku pelo que o Ronin o decapitou. Depois, para simbolizar a conclusão da sua missão, os 47 Ronin voltaram onde tinha sido sepultado Lord Asano no templo Sengaku-Ji e lá colocaram a cabeça de Kira, declarando assim a honra de Lord Asano redimida.

Preparados para morrer , Oishi enviou um mensageiro ao magistrado a Edo, informando o que tinha sido feito e dizendo que eles iriam ficar à espera no templo Sengaku-Ji, a aguardar ordens do Shogun.

O Shogun Tsunayoshi , em vez de ficar profundamente irado com o acontecimento, ficou muito impressionado com a enorme lealdade demonstrada pelos 47 Ronin. Este facto tornou a decisão de Tsunayoshi ainda mais dificil. Deveria ele apenas separar os 47 Ronin como reconhecimento pelo a sua enorme demonstração de lealdade para com o Bushido ou deveria ele puni-los de acordo com a lei?

Depois de 47 dias de reflexão, Tsunayoshi ordenou que Oishi e 45 dos Ronin se matassem, não como meros criminosos mas como honrrados guerreiros. O mais novo dos Ronin que foi enviado a Ako com a noticia da morte de Kira foi poupado a esta sentença.

A 4 de Fevereiro de 1703 os 46 Ronin foram divididos em quatro grupos e entregues a 4 diferentes daimyo, que foram ordenados de supervisionar e testemunhar as suas morte. Oishi e os outros 45 Ronin cometeram seppuku simultaneamente, dignificando-se no seu valente sacrificio. Depois das suas mortes, os 46 Ronin foram enterrados lado a lado com seu mestre no templo Sengaku-Ji.

Hoje em dia, a memoria dos 47 Ronin é celebrada numa peça chamada Chusingura que leva as audiencias as lágrimas. Adicionalmente, cada ano milhares de Japoneses visitam o local onde estão enterrados os corpos do 46 Ronin no Templo Sengaku-Ji para prestar homenagem à honra e lealdade dos 47 Ronin e a sua dedicação ao codigo do Bushido.


sábado, 19 de setembro de 2009

Samurai

Código de Honra

A classe guerreira do Japão feudal conhecida como samurai (ou bushi), conseguiu fama por sua bravura, técnicas marciais, honra e por seu espírito inabalável diante da morte. Essa reputação se deve à um código de ética e conduta, seguido e vivido pelos guerreiros, conhecido como bushido.

Preceitos do Bushido:

GI - Justiça e Moralidade
Atitude direta, razão correta, decidir sem hesitar;

YU - Coragem
Bravura heróica;

JIN - Compaixão
Benevolência, simpatia, amor incondicional para com a humanidade;

REI - Polidez e Cortesia
Amabilidade;

MAKOTO - Sinceridade
Veracidade total, nunca mentir;

MEIYO - Honra
Glória;

CHUGO - Dever e Lealdade
Devoção, Lealdade.

O bushido oferece padrões que regem a vida do guerreiro samurai, principalmente no que diz respeito a honra e coragem. Para o samurai, morrer em uma batalha ou duelo, significa honrar o nome de sua família e de seus ancestrais. Falhar diante do dever de proteger seu senhor, era a maior desonra para o guerreiro, que não tinha outra escolha senão cometer o suicídio, conhecido como seppuku.

Harakiri

Para evitar a desonra da captura ou a vergonha de sair vivo de um duelo quando derrotado, o samurai praticava um ritual chamado seppuku, que significa: suicídio ventral. No geral, segundo seu código de conduta, quando um samurai perdia sua honra de alguma forma, ele se via na obrigação de cometer o suicídio.

O harakiri, como também é chamado tal suicídio, se baseia numa morte lenta e dolorida, em que o samurai fincava uma pequena espada ao lado do abdômen e cortava o próprio ventre de uma ponta a outra. Porém, antes de atravessar o abdômen com uma lâmina, era feito todo um ritual, que ia desde a composição de um poema de morte por parte do samurai, até um banho de purificação do corpo e da alma. Depois o samurai se recostava num pequeno banco de modo que quando morresse, seu corpo não caísse pra trás. Pegava então sua espada curta ou uma adaga afiada e cortava o corpo na altura do abdômen, terminando por puxar a lamina pra cima. Era importante o samurai ter total auto-controle e não mostrar sinais de medo ou dor. Caso o samurai não tivesse mais agüentando a dor, um parente ou amigo íntimo entre os espectadores do ritual, empunhava uma espada e com ela, decepava a cabeça do samurai de modo que a espada não transpassasse totalmente o pescoço do samurai, deixando sua cabeça pendurada por uma fina camada de pele, para que ela não rolasse no chão.

Entretanto, o ritual nem sempre poderia ser seguido nesses detalhes. Nos campos de batalha por exemplo, pra evitar de ser capturado, o samurai derrotado apenas enfiava a espada em seu abdômen.

O suicídio tem um enorme valor no Japão, pois difere os samurais das outras castas guerreiras e prega o conceito de que mais vale a morte do que a desgraça de ter o próprio nome desonrado. Essa influência se vê ainda nos dias de hoje e um exemplo comum disso, são os pilotos kamikase da Segunda Guerra Mundial.

Em 1703, 47 ronin desafiaram o poder do xogun degolando o mestre de etiqueta, culpado pela morte do antigo amo deles. Em seguida, os ronin cometeram seppuku, tornando-se os mais reverenciados rebeldes do Japão inclusive nos dias de hoje.

Credo do Samurai
Autor desconhecido

Eu não tenho pais, faço do céu e da terra meus pais.
Eu não tenho casa, faço do mundo minha casa.
Eu não tenho poder divino, faço da honestidade meu poder divino.
Eu não tenho pretensões, faço da minha disciplina minha pretensão.
Eu não tenho poderes mágicos, faço da personalidade meus poderes mágicos.
Eu não tenho vida ou morte, faço das duas uma, tenho vida e morte.

Eu não tenho visão, faço da luz do trovão a minha visão.
Eu não tenho audição, faço da sensibilidade meus ouvidos.
Eu não tenho língua, faço da prontidão minha língua.

Eu não tenho leis, faço da auto-defesa minha lei.
Eu não tenho estratégia, faço do direito de matar e do direito de salvar vidas minha estratégia.
Eu não tenho projetos, faço do apego às oportunidades meus projetos.
Eu não tenho princípios, faço da adaptação a todas as circunstâncias meu princípio.
Eu não tenho táticas, faço da escassez e da abundância minha tática.

Eu não tenho talentos, faço da minha imaginação meus talentos.
Eu não tenho amigos, faço da minha mente minha única amiga.
Eu não tenho inimigos, faço do descuido meu inimigo.
Eu não tenho armadura, faço da benevolência minha armadura.
Eu não tenho castelo, faço do caráter meu castelo.
Eu não tenho espada, faço da perseverança minha espada

Hakama




O hakama, que nesta imagem pode parecer uma saia, é na realidade um par de calças largas, que se usam sobre o Keikogi. Os hakamas são usados hoje em dia em ocasiões formais, mas também usados na prática das artes marciais tradicionais como o Aikido, o Kendo, o Iaido ou o Kyudo. É uma peça tradicional da roupa do samurai. O equipamento usado no Aikido, assim como em muitas outras artes marciais era, inicialmente, considerado roupa interior. A sua utilização é parte da tradição da maior parte das escolas de Aikido.

O hakama foi originalmente concebido para proteger as pernas dos cavaleiros samurais japoneses de arbustos e de galhos que lhes causavam incómodo enquanto cavalgavam, tratava-se de umas calças tipo saia feitas de um material resistente e por conseguinte algo pesado. Mesmo depois da classe samurai se ter tornado numa classe de guerreiros pedestres, insistiram em manter o hakama vestido pois tornava-os facilmente identificáveis.

Havia no entanto vários estilos de hakama. O tipo usado actualmente pelos praticantes de artes marciais é chamado "joba hakama" e tem uma divisão, como umas calças. Um outro estilo utilizado era um género de saia - sem divisão para as pernas e o terceiro tipo era uma versão mais longa do segundo. Era utilizado nas visitas ao Shogun ou ao Imperador. Este hakama tinha cerca de um metro e meio de comprimento e era dobrado várias vezes, de forma a ficar enrolado entre os pés do visitante. Este estilo fazia com que fosse pouco provável que eles levassem uma arma (os servos do Shogun é que vestiam os visitantes) e além disso, como para a audiência com o Shogun era necessário estar sentado na posição Shikko (de joelhos) evitava que o visitante se pudesse levantar rapidamente para atacar.

Em algumas escolas, apenas os praticantes acima de 1º Dan usam hakama, enquanto que noutras se usa desde a primeira vez que se pisa um tatami. Em alguns lugares, as mulheres podem usar o hakama antes dos homens - normalmente atribuí-se este facto à modéstia da mulher e também porque, convém relembrar, o Keikogi era considerado roupa interior. O’Sensei queria que todos os seus alunos usassem hakama, mas há que ter em conta que ele provém de um tempo e cultura onde esta vestimenta ainda fazia ainda parte do hábito formal dos japoneses.

«Embora fosse obrigatório o uso do hakama, a maior parte dos estudantes eram demasiado pobres para comprar um. Então, se não conseguissem arranjar o hakama de um parente mais velho, rasgavam a cobertura de um colchão velho, cortavam-na, tingiam-na e entregavam-na a uma costureira para que ela transformasse aquele pano num hakama. Como apenas conseguiam comprar tinta barata, depois de algum tempo de uso, os padrões coloridos do colchão começavam a sobressair... e o material do pano (normalmente lã) desgastava-se rapidamente...»

Sensei Morihiro Saito , numa entrevista sobre o hakama no tempo do O’Sensei

« Enquanto fui aluno de Ueshiba, era obrigatório o uso do hakama para poder praticar; éramos obrigados a vesti-lo desde a primeira vez que pisávamos o tapete. Não haviam restrições ao tipo de hakama que se podia utilizar e portanto, o dojo era sempre um local muito colorido. Viam-se hakamas de todos os feitios, de todas as cores e materiais; desde o hakama de Kendo, ao hakama com listas usado na dança tradicional japonesa, e até ao caro hakama de seda a que chamamos "sendai-hira". Imagino que alguns iniciados tenham ganho o mau hábito de pedir emprestado o caríssimo hakama dos avôs, destinado apenas para ocasiões especiais e cerimónias, e a arruiná-lo na prática do Suwari waza. Recordo-me vivamente do dia em que me esqueci do meu hakama. Preparava-me para entrar no tapete para começar a praticar, apenas com o meu Keikogi, quando O’Sensei me interpelou. "Onde está o teu hakama?" perguntou-me seriamente. "O que te faz pensar que podes receber os ensinamentos do teu professor usando apenas a tua roupa interior? Não tens senso de moral? É óbvio que te está a faltar a atitude e o comportamento necessário àquele que segue a prática do Budo. Senta-te lá fora e observa a aula!"

Esta foi apenas a primeira repreensão de muitas outras que viria a ouvir de Ueshiba. Contudo, a minha ignorância nesta ocasião levou O’Sensei a explicar aos seus alunos, depois da aula, o significado do hakama. Disse-nos que o hakama era a farda tradicional dos estudantes de Kobudo e perguntou-nos se algum de nós conhecia a razão das sete dobras do hakama. "Elas simbolizam as sete virtudes do Budo" disse O’Sensei. "Estas são jin (benevolência), gi (honra ou justiça), rei (cortesia e etiqueta), chi (sabedoria, inteligência), shin (sinceridade), chu (lealdade), e koh (fé). Encontramos estas qualidades nos samurais que se distinguiram no passado. O hakama leva-nos a reflectir acerca da natureza do verdadeiro Bushido. Usá-lo simboliza um leque de tradições que nos têm sido transmitidas de geração em geração. O Aikido nasceu do espírito do Bushido do Japão, e na nossa prática devemos lutar para manter as sete virtudes tradicionais acesas."

Actualmente, a maior parte dos dojos de Aikido não segue a política rigorosa de O’Sensei sobre o uso do hakama. O seu significado foi degenerado de um símbolo de virtude tradicional para o simples estado de ser Yudansha (praticante de graduação Dan). Tenho viajado a muitos dojos em muitas nações. Em muitos lugares, apenas os Dans usam hakama... e muitos deles perderam a sua humildade. Vêm o seu hakama como um prémio para o seu ego, como o símbolo visível da sua superioridade. Este tipo de atitudes tornam o cerimonial de saudação a O’Sensei, com que se começa e termina cada aula, uma ridicularização da sua memória e da sua arte. Pior ainda, em alguns dojos, as mulheres com nível Kyu (e apenas as mulheres) são obrigadas a utilizar hakama, supostamente para preservarem a modéstia. A meu ver, isto é um acto insultante e discriminatório para as mulheres aikidokas. É igualmente insultante para os homens aikidokas, pois fá-los assumir uma inferioridade mental em relação às mulheres que não tem lugar no tapete do Aikido. Ver o uso do hakama cair a um nível tão ordinário entristece-me. Pode parecer um aspecto muito vulgar para algumas pessoas, mas eu lembro-me perfeitamente da grande importância que Ueshiba dava ao uso do hakama. Não posso esquecer o significado desta peça de roupa e penso que ninguém consegue refutar o grande valor das virtudes que ela simboliza. No meu dojo e escolas associadas, encorajo todos os alunos a usar hakama qualquer que seja o seu nível ou grau (embora não o requeira antes deles obterem a sua primeira graduação, visto que nos Estados Unidos não temos normalmente avôs japoneses a quem possamos pedir um hakama emprestado). Sinto que o usar o hakama e o conhecer o seu significado ajuda os alunos a terem consciência do espírito de O’Sensei e a manterem vivas as suas visões.

Se podemos permitir que a importância do hakama desapareça, talvez comecemos a permitir que coisas fundamentais ao espírito do Aikido deslizem para o esquecimento. Se, por outro lado, temos fé nos desejos de Ueshiba acerca do traje de prática, talvez os nossos espíritos possam ficar mais receptivos ao sonho a que ele dedicou a sua vida."

Sensei Mitsugi Saotome, in "The Principles Of Aikido"

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Yudansha


Yudansha 16:00h sábado 19/09

ARTIGOS E ENTREVISTAS
Reflexões sobre o Título de Yudansha
(Escrito por Sensei Mitsugi Saotome)


(Traduzido por Paulo C. G. Proença)

O título de Yudansha é concedido por várias razões, não apenas por habilidades técnicas. Só porque uma pessoa recebe um certo ranking de Yudansha, não significa que ele ou ela conseguiram o respectivo nível de habilidade naquele momento. Significa que eu sinto que a pessoa está no limiar e crescerá naquele nível com a pressão da responsabilidade que adquiriu.

É óbvio que, receber promoção a qualquer nível de Yudansha, pressupõe-se a existência de certa competência técnica. Mas somente isso não é o suficiente. Meus olhos enxergam de modo diferente quando vejo um aluno praticando. Eu vejo a personalidade e o crescimento dessa ou desse aluno. Eu frequentemente sei qual é o tipo de dificuldade que o aluno tem que superar. Tenho uma boa noção do quanto essa pessoa tem feito por seu grupo, quanta responsabilidade ele é capaz de suportar e o quanto ele ou ela fez para ajudar aos outros. Eu conheço o crescimento espiritual e social dessa pessoa e suas habilidades no que diz respeito a liderança.

Foi me perguntado várias vezes como um aluno deve treinar e com que tipo de meta em mente para cada exame de Yudansha. A maioria disso não pode ser colocada em palavras e devem vir do coração individual de cada aluno com seu crescimento na compreensão; mas eu posso lhe dar alguns conselhos.

Para treinar para Shodan:

Voce está treinando para se tornar um iniciante, e não mais um convidado no dojo, mas um aluno com reais responsabilidades. Deve-se estudar a forma básica de técnica e o princípio básico, até que o movimento correto se torne automático e seja natural.

Para treinara para Nidan:

A potência do movimento deve ser enfatizada e desenvolvida. A realidade funcional da técnica deve ser explorada e uma compreensão do que realmente funciona e porque deve ser desenvolvida.

Para treinar para Sandan:

O aluno deve desenvolver um entendimento do princípio de Aiki e começar desprender-se da técnica.

Para treinar para Yondan:

O aluno deve descobrir a filosofia do princípio de Aiki e seu relacionamento com a técnica. A forma técnica deve estar profundamente refinada de acordo com sua compreensão, e o estudante deve começar a desenvolver seriamente a arte de treinar a outros. O treinamento pessoal já não é o suficiente. O aluno deve entender a responsabilidade social.

Para treinar para Godan:

Deve-se fazer do princípio de Aiki uma parte direta em sua vida, desenvolvendo assim um espírito incrível, qualidades de liderança e a aplicação espiritual e social do princípio de Aiki. Uma completa espontaneidade de técnica deve ser desenvolvida, a qual não é mais técnica, mas o princípio que suporta a base da técnica. Deve haver, quando se atingir esse ponto, uma dedicação completa à arte, e um grande crescimento espiritual. Um crescimento que produz não uma preocupação com um dojo ou uma área, mas uma preocupação ativa por todos os alunos e todas as pessoas do mundo. Por todos esses anos de treinamento, sua compreensão física, mental, social e espiritual e força devem uniformemente sempre estar progredindo. A aplicação espontânea de Aiki deve progredir. Se voce para de treinar em qualquer desses níveis, seu Aikido não crescerá mais.

Apenas gastar seu tempo treinando não faz sentido. A qualidade e intensidade de seu treinamento, as descobertas que voce faz a cada dia, essas coisas são significativas. Voce deve treinar duramente e descobrir a resposta por si mesmo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Apresentaçao de aikido

Batista Sensei

Esse video é uma bricadeira com o Batista Sensei, que nos anima no treino com sua idade e disposiçao.

Esse video foi excluido, por causa de direitos de imagens de terceiros


domingo, 13 de setembro de 2009

Dicas


Sites interessantes sobre Aikido: na qual a academia Soshin Dojo é filiada Federação de Aikido do estado do Paraná e a federaçao União Sul Americana de Aikido Kawai Shihan que é ligada direto ao Hombu Dojo no Japão sendo que mantém a filosofia a treinamentos passado pelo fundador do Aikido.
Essas são outras páginas com varias informações sobre aikido bem interessantes: http://www.aikidobr.com.br
http://www.ronin47.xpg.com.br/
http://www.bushido-online.com.br/
http://www.niten.org.br/

História do aikido


AIKIDO


Em 1883, nasceu em Tanabe, Japão, o Fundador do AIKIDO, Morihei Ueshiba, cuja excepcional aptidão e paixão pelas artes marciais levou-o a praticar e tornar-se mestre em várias delas: YAGYURYU JIUJUTSU, SHINKAGUERYU KENJUTSU, DAITORYU AIKIBUJUTSU, entre outras. Além disso, dedicou-se aos estudos de uma religião original e tradicional do Japão.

Consagrado como “Homem Invencível” dedicou-se a aprofundar sua espiritualidade, atingindo o Satori (Iluminação). A partir da visão de que a origem do Budo (Caminho do Guerreiro) é a manutenção do espírito de amor universal, compreendeu que as artes marciais não deveriam ser um instrumento para conduzir o mundo à destruição pelas armas, mas sim um caminho para realizar o pleno potencial divino contido no homem. Esta notável visão foi o início do AIKIDO.

Tecnicamente assemelha-se a diversos estilos de JIUJUTSU, de bastão (JOJUTSU) e de espada (KENJUTSU). Mesmo o princípio de não se chocar com a energia dos oponentes e nem se deixar envolver por seus movimentos, envolvendo-os no fluxo de sua energia, já eram conhecidos e praticados pelas diversas artes marciais existentes.

O que existe de tão excepcional no AIKIDO?

É o sentido “Aiki”, em que as técnicas são executadas e treinadas concentrando-se na idéia de captação da energia universal pela autopurificação e na não destruição do adversário. Em todo treinamento de AIKIDO os praticantes são incentivados à autoconsciência, a colocarem-se em harmonia com o parceiro, com a natureza e com a vontade de Deus.

Inicialmente, o AIKIDO era ensinado somente a pessoas de alto nível moral e intelectual, a quem era imposta a condição de já serem praticantes em nível de 5º Dan (grau de faixa preta) de alguma outra arte marcial, vindo a ser divulgado em outros países somente após a Segunda Guerra Mundial.

"O coração do AIKIDO é: Verdadeira vitória é vitória sobre si, dia de instantânea vitória! "Verdadeira vitória" significa infinita coragem; "Vitória sobre si" simboliza incansáveis esforços; e "Dia de instantânea vitória" representa o glorioso momento do triunfo no aqui e no agora. AIKIDO é livre de formas rígidas, responde a qualquer contingência, deste modo assegura-nos a verdadeira vitória; ele é invencível pois não luta com ninguém. Realize: Verdadeira vitória é vitória sobre si, dia de instantânea vitória, e você estará hábil a integrar os fatores interno e externo da prática, limpe seu caminho de obstáculos e purifique seus sentidos."

Morihei Ueshiba