quarta-feira, 28 de abril de 2010

Encontro Paranaense de Aikido, em maio de 2010

Encontro Paranaense de Aikido nos dias 22 e 23 de maio, valor do investimento é de R$ 50,00 com direito a camiseta, adesivo e emblema do encontro.

Cronograma do evento

E.A.P - Encontro de Aikido do Paraná

Dia 22 de Maio - sábado

Manhã
10:00 - Abertura
10:30 - Aula / Sensei Márcio Strozzi - União da Vitória
11:00 - Aula/ Sensei Gilberto Marecos - Shugyo Curitiba
11:30 - Sensei Carlos Grisalt - Aikido Kawai Shihan Dojo Florianópolis/SC - (convidado)
Tarde
14:30 - Aula / Sensei Edson Marchini - Maringá
15:00 - Aula / Sensei Italo Fioravanti - Umuarama
15:30 - Sensei Matias Oliveira - Academia Central/SP - (convidado)
16:00 - Aula / Sensei Carlos Augusto - Londrina
16:30 - Sensei Valdecir Fornazier - Vale do Itajai/SC - (convidado)
17:00 horas - Sensei Rodolfo Reolon - Aikido Paraná

Dia 23 de Maio - domingo

Manhã
08:00 horas - Exames de classes (Kyus)  



segunda-feira, 26 de abril de 2010

Frases Ono Sensei

“O ideal da nossa academia é purificar seu ser e com isso se harmonizar com o céu, com a terra e com os deuses”.

“O mais importante do Aikidô é treinar a parte interna de cada um”.

“Energia não é para entender, é para sentir. Como se consegue sentir? Treinando a respiração e a aplicação no golpe. Se quiser sentir, começar a treinar que começa a sentir e fica clara a existência disso, e isso ajuda muito no Aikidô e no dia-a-dia.”

“Força física e dinheiro quanto mais ,melhor, Só que quando vai treinar Aikidô deixar guardado essa força física (igual dinheiro, coloca no banco para render juros) ,para podermos desenvolver essa força (PODER) interna que se aprende com a respiração .”

“Todo movimento do Aikidô deve se originar de dentro para fora, como expressarse com todo seu ser, com toda sua alma”

“Sempre movimentar o seu corpo e não o seu parceiro. Isso é “A GATSU” (dominar a si mesmo). Se você não domina a si mesmo como vai querer dominar o seu parceiro? Graças ao parceiro que você pode melhorar-se, por isso agradeça ao parceiro e tenha sensibilidade, cuidado com ele.”

“Quando estiver com dificuldades sempre volte para o ponto inicial, para a base.”

“Tem que treinar mais para colocar a teoria na prática”

“Tem que esquecer de querer fazer, somente fazer”

“A base para a força da vida é um especial método de respiração, e com esse treinamento ocorre um milagre no corpo atual. O destino é a forma de conduzir a vida. A vida é determinada pela respiração.”

“O segredo do Aikidô está nas coisas fáceis, simples e naturais. Mas esses detalhes são passados despercebidos pela maioria das pessoas.

“Cada um têm que treinar para sentir o seu próprio sabor do Aikidô, e não adianta imaginar , tem que vivenciar para saborear realmente.”

ONO SENSEI

segunda-feira, 19 de abril de 2010

As sete pregas do hakama

As sete pregas do hakama (5 na frente e 2 atrás) têm o seguinte significado simbólico

1.Yuki = coragem, valor, bravura
2.Jin = humanidade, caridade, benevolência
3. Gi = justiça, retidão, integridade
4. Rei = etiqueta, cortesia, civilidade
5. Makoto = sinceridade, honestidade, realidade
6. Chugi = lealdade, fidelidade, devoção
7. Meyo = honra, reputação, glória ou reputação, dignidade, prestígio.

"No Japão do pós-guerra muitas coisas eram difíceis de conseguir, incluindo tecidos. Devido a esta escassez, nós treinávamos sem hakama.

Nós tentamos fabricar hakamas das cortinas usadas nos blackouts nos ataques aéreos, mas devido a sua longa exposição ao sol ao longo dos anos, as áreas dos joelhos se transformavam em pó assim que começávamos a praticar swari waza. Nós estávamos constantemente remendando aqueles hakamas.

Foi naquelas condições que alguém veio com uma sugestão : "Por que não dizemos que é incorreto o uso do hakama até que você se torne shodan ?". Essa idéia foi levada adiante como uma regra temporária para evitar despesas. A idéia de aceitar a sugestão nada teve a haver com tornar o hakama um símbolo de graduação em dan."

Shigenobu Okumura Sensei, "Aikido Today Magazine", # 41.

"Quando fui uchi deshi de O'Sensei, todos eram obrigados a usar hakama no treinamento, desde o primeiro momento em que pisavam no tatame. Não havia restrições quanto ao tipo de hakama que você poderia usar e então o dojo era um lugar muito colorido. Via-se hakamas de todos os tipos, todas as cores e todas as qualidades, desde o hakama do kendo, passando pelo listrado da dança japonesa até o luxuoso hakama de seda chamado sendai-hira. Eu imagino que alguns praticantes passavam o diabo por tomarem emprestado o caro hakama de seu avô, confeccionado para ser usado somente em ocasiões especiais e cerimônias, e usa-lo ajoelhado, na pratica de swari waza.

Eu me lembro claramente do dia em que esqueci meu hakama . Eu estava entrando no tatame para o treinamento usando somente meu dogui , quando O'Sensei me deteve : "Onde esta seu hakama ?", ele me perguntou severamente. "O que o faz pensar que você pode receber as instruções de seu professor usando somente suas roupas de baixo ? Você não tem nenhum senso de conveniência ? Você esta obviamente precisando da atitude e da etiqueta necessárias a alguém que tem por objetivo o treinamento do budo. Vá se sentar fora do tatame e assista a aula !"

Essa foi somente a primeira de várias repreensões que recebi de O'Sensei. Porém, minha ignorância na ocasião o induziu a instruir seus uchi deshi depois da aula sobre o uso do hakama . Ele nos disse que o hakama era um traje tradicional dos estudantes de kobudo e perguntou se algum de nós conhecia o significado das sete pregas do hakama.

"Elas simbolizam as 7 virtudes do budo", disse O'Sensei ."Elas são jin (benevolência), gi (honra ou justiça), rei (cortesia e etiqueta), chi (sabedoria, inteligência), shin (sinceridade), chu (lealdade) e koh (piedade). Nós encontraremos essas qualidades nos distintos samurais do passado. O hakama nos leva a refletir sobre a natureza do verdadeiro bushido .

Usa-lo simboliza tradições que nos foram transmitidas através de gerações. O aikido se origina do espírito do bushido do Japão e em sua prática nós devemos nos esforçar em aprimorar as sete virtudes tradicionais."

Atualmente muitos dojos de aikido não seguem as orientações existentes sobre o uso do hakama. Seu uso tem perdido o significado como um símbolo tradicional de virtude para ser considerado como símbolo do status de yudansha. Eu tenho viajado a vários dojos em vários países e em muitos desses lugares onde somente o yudansha usa hakama , o yudansha tem perdido sua humildade.

Eles encaram o hakama como um prêmio a ser exibido, como um símbolo visível de sua superioridade. Este tipo de atitude torna a cerimônia de reverência a O'Sensei , com a qual começamos e terminamos cada aula, uma afronta a sua memória e a sua arte.

Pior ainda, em alguns dojos mulheres menos graduadas (e somente as mulheres) são obrigadas a usar hakama, supostamente para preservar seu pudor. Para mim isto é ofensivo e discriminatório para a mulher aikidoista. Isto também é ofensivo ao aikidoista homem, que por isso assume uma atitude de pouco caso que não tem lugar no tatame do aikido.

Ver o hakama ser usado desta maneira mesquinha me entristece. Isto pode parecer uma questão trivial para alguns mas eu lembro bem a enorme importância que O'Sensei dava ao uso do hakama. Eu não posso negar o significado deste traje e ninguém, eu acho, pode discutir o enorme valor das virtudes que simboliza.

Em meu dojo e escolas associadas eu estimulo todos os estudantes a usar hakama independente de seu ranking ou grau (eu não exijo o uso do hakama antes que eles atinjam sua primeira graduação, uma vez que os iniciantes nos EUA geralmente não têm avós japoneses cujo hakama possa ser emprestado). Eu sinto que o uso do hakama e o conhecimento do seu significado ajuda os estudantes a se conscientizar do espírito de O'Sensei e a manter viva sua orientação.

Se nós permitirmos que a importância do hakama desapareça, talvez nós comecemos a admitir que coisas fundamentais para o espírito do aikido também caiam no esquecimento. Se, por outro lado, nós formos fiéis aos desejos de O'Sensei respeitando nosso traje de prática, nossos espíritos estarão sendo fiéis ao sonho ao qual ele dedicou sua vida."

Mitsugi Saotome Sensei, "Os Princípios do Aikido".


Fonte: http://aikidomakotoartigos.blogspot.com/2010/04/aikido-e-hakama.html

No princípio – na vibração de cada momento


Por Nev Sagiba Fonte Aikido Journal em 20 de Janeiro de 2007
Tradução - Jaqueline Sá Freire (Instituto Takemussu - Hikari Dojo – Rio de Janeiro)


Você escuta uma música dos anos cinqüenta, sessenta ou setenta, ou qualquer que seja a sua época, e todas as memórias e as emoções voltam em um instante como se tivessem acontecido ontem, e você pode até ver e cheirar a mesma realidade novamente.
Um ex-vendedor viajante meu amigo recentemente me contou que uma vez ele estava viajando pelos estados e, depois de uma festa com muita bebida, os diversos casais se juntaram e foram para seus respectivos quartos em um hotel velho e raquítico, uma estrutura de madeira sobre estacas.
No meio da noite ele acordou, não só por causa do barulho das velhas camas de molas, mas porque o prédio inteiro começou a tremer. Outro vendedor que estava com ele, também solteiro e ex-marine, já tinha acordado xingando. Talvez tenha sido isso que o acordou, porque o balanço do prédio, apesar da algazarra, parecia bem confortável em seu sono.
Eventualmente a bagunça parou, o prédio parou de balançar, e o marine, que era especialista em demolições, reclamou: “Ainda quem que eles não estavam totalmente em sincronia ou teriam demolido o prédio. Agora, #@%, podemos voltar a dormir?!?!”, ele exclamou ao se virar e puxar o travesseiro por cima da cabeça.
Vibrações!
E agora que eu tenho a sua atenção...
Dizem que um grande prédio pode ser derrubado por uma pessoa com um pequeno martelo se a pessoa souber aonde martelar, ou quanto martelar, ou por quanto tempo martelar, ou qual a força ou a freqüência e outros atributos para dar a martelada.
Há alguns anos foram feitas experiências com areia colorida sobre tambores em que eram vibrados certos kotadama/mantrayana. Dependendo do som, certos formatos apareciam nas partículas de areia. Surpreendentemente, mas não tanto assim, a entonação de OM ou AUM criava uma mandala Om de triângulos entrelaçados idêntico a mandala já conhecida, e como tem sido desde o passado distante. E outros sons também corresponderam a outras formas.
* Em marchas sobre pontes, os soldados recebem ordens para fazerem uma parada e depois continuar, porque a vibração oscilatória da ponte pode ficar marcada pelos passos dos soldados, e a ponte ficará cada vez mais instável e poderá ruir. A oscilação vai aumentando até um desabamento.
Vibrações direcionadas, audíveis ou dentro da limitada capacidade auditiva humana , ou mesmo for a desta faixa, podem criar ou destruir, curar ou matar. Não preciso mencionar o uso do kiai por um perito, o que hoje é praticamente uma arte perdida. E não posso comentar sobre as paredes de Jericó porque eu não estava lá. Talvez seja apenas um mito.
Não tenho certeza de onde isso veio, mas o texto de São João foi copiado e retraduzido originalmente com uma sobreposição cronológica. Há muitos anos, eu tive a inspiração de tirar o elemento "tempo” do texto e redigi-lo no tempo presente. Esta versão está escondida em algum lugar, um dia desses eu vou encontrá-la. Mas, de fato, não é algo difícil de ser feito e apenas reitera a filosofia Védica e a física como sua essência. Revela ou esconde, dependendo de quem está lendo.
Considere os princípios de Yamabiko-no-Michi e o texto se torna auto-explicativo.
Na verdade, é o segredo dos princípios do Kotodama, que são os "'segredos" da própria Criação: VIBRAÇÃO!
"Em cada princípio ou antes dele, está vibração... (é claro que isso se aplica à intenção e à ação, recebendo antes e reagindo se for da natureza de uma intenção violenta, e assim continua...)
E prossegue mais ou menos assim:
“Em cada princípio ou antes dele, está vibração...
A vibração surge a partir da matéria Original,
Toda vibração emerge da Origem,
E todas as manifestações começam com a vibração,
Nada pode existir se não seguir esse princípio,
A Luz, o princípio da expansão e da vida, que cria a consciência, surge a partir desse ponto.
O mesmo ocorre com a intenção, a ação e todos os atributos do universo e dos seres humanos.
A luz consome a escuridão, e não pode acontecer o contrário. É essa a direção do universo...”
"Luz" e "escuridão" são atributos de Yin e Yang como foi descrito pelos Taoístas Chineses: as versões mais antigas são o Purusha e o Prakrit dos Vedas, e agora, quando são conhecidas, são meros rótulos, frequentemente mal compreendidas como resultado de um pensamento supersticioso.
Simplificando a idéia, tanto a ciência materialista quanto a ciência mística confirmam que a energia e a matéria, ou o espírito e a matéria, são intercambiáveis, evoluem e involuem ciclicamente e derivam de uma única “substância” ou “essência” ou “matéria” original. E os neurônios que disparam no cérebro não são nada alem de descargas elétricas, fagulhas de LUZ ou HIKARI!
Kotadama/Mantrayana ou a ciência e a arte das vibrações, se aplicam tanto ao recebimento quanto à transmissão, como, por exemplo, na telepatia entre pessoas que trabalham na “rede” (só trabalhadores de redes vão entender isso), e também no que é chamado de ki ou intenção, percebendo e fazendo e, é claro, se harmonizando, como no aiki, ao cavalgar em um cavalo, ou ao navegar em águas violentas e em outras habilidades dinâmicas.
Em relacionamentos, seu tom de voz significa muito para as outras pessoas e determina como elas vão interagir com você.
A ciência e o misticismo eventualmente chegaram às mesmas conclusões, pois estão olhando para o mesmo Universo. A única diferença que existe é que alguns observadores usam mais o hemisfério cerebral esquerdo e outros usam mais o direito. Os princípios não mudam, apenas o ponto de vista, distorções conceituais e talvez sobreposições de interpretações feitas pela tentativa de buscar descrições que arriscam obscurecer a verdadeira simplicidade do assunto. E, é claro, os sussurros chineses que depois surgem.
De qualquer forma, o universo e seus s princípios não vão mudar, eles estão lá, ou melhor, estão atuando, facilmente observáveis por qualquer pessoa preparada para fazer um trabalho sério.
Em uma análise mais profunda, a VIBRAÇÃO é o resultado da oscilação entre dois lados opostos, as partículas/ondas dos físicos ou as referências de que falam os místicos. Tudo é a mesma coisa. Em níveis microcosmicos, isso gera a teoria das correntes e teorias de matéria negra. Mas os cientistas espirituais através das eras já tinham acesso a esses pontos usando o maior instrumento para observar e medir o universo, e também para aplicar seus princípios nas ações e na vida, sendo esse o purificado Hito Jinja.
Uma dúvida: qual é a corrente que surge com a oscilação vibratória entre as polaridades? (que só podem ser duas, cada uma o oposto de sua complementar) Observe o que é possível na ação. Se uma pessoa pode, todas podem, contando que esta pessoa esteja preparada para fazer o que é necessário para desenvolver esta habilidade. "Por seus frutos, você os conhecerá". Fora isso, é só ar quente e suposição.
Kotadama e Yamabiko no Michi.
Foi criado muito mistério sobre isso, e até onde sei, não existe um estudo formal sobre esse assunto. E que os céus não permitam que haja. Políticas pessoais e o mal uso de habilidades normalmente corrompem coisas boas. Mesmo assim, ensinamentos relacionados a este assunto existem há milênios, espalhados pelo mundo. A ciência e a arte do kotodama é um estudo que deve ser pesquisado em uma busca individual, quando você acorda para o fato de que já está dançando dentro da grande sinfonia que é o universo das vibrações.
As pessoas têm linguagens para transmitir seus pensamentos, os animais rugem, grunhem, relincham, bufam. Tudo contribui para a comunicação. Em mesquitas, templos e igrejas, prados, grutas ou casas, cantos e hinos podem evocar certa sintonia da mente e do espírito. Certos exercícios como o kriya e o pranayama do yoga podem modificar as vibrações para obter certos resultados.
Eu apenas toquei a superfície do assunto, mas tudo isso está tanto “lá fora" quanto "aqui dentro", em você, se você quiser buscar e intuir e explorar. No final, é tudo bastante óbvio e é comum à natureza da existência e à natureza em si.
Se você quer melhorar seu Aikido e outro Budo, recomendo que você redescubra o kotadama, não como uma idéia sobre uma idéia ou alguma teoria ou detalhe esotérico sobre o qual alguém já falou. Nem é um filme mágico de fantasia. Ele existe agora, na sua frente e à sua volta.
Tudo é vibração. A vibração se entende alem da superfície das coisas, se originando nas partículas subatômicas e na dança dos átomos, mas algumas freqüências também incluem e afetam os sentidos, assim, você já está equipado para perceber ao menos a superfície do Kotadama do Universo neste momento.
E então, para aumentar a atenção, é uma boa prática trazer essa sintonia para treino do dojo e para a meditação. Você se surpreenderá com o que vai descobrir, e também receberá muitos benefícios com isso.
Os músicos costumam saber mais do que imaginam sobre as vibrações. O universo é uma sinfonia super complexa de vibrações, mas com um pouco de observação e de experimentação sobre os princípios básicos da vibração, eles podem ser compreendidos e aplicados de maneiras interessantes por qualquer pessoa, mesmo que seja apenas para tocar um violão ou para cavalgar, fazer canoagem ou para fazer com que um waza se manifeste no dojo!
Alem de caminhar pelas redondezas com “kiais” de prazer, tente não derrubar sua casa quando estiver fazendo amor, ou você terá que dar explicações para a companhia de seguro!
NOTAS:
* A ponte Angers é uma ponte de suspensão sobre o Rio Maine em Angers, França. A ponte ficou famosa por ter desabado quando 478 soldados franceses marcharam sobre ela em 16 de Abril de 1850. Como os soldados estavam marchando juntos, fizeram com que a ponte se torcesse e vibrasse, deslocando um cabo de ancoragem que estava preso em concreto. Apesar de estar caindo um temporal quando ocorreu o desabamento, os engenheiros indicaram que a queda da ponte foi causada pelos soldados e não pela tempestade. Cerca de 226 pessoas morreram. A partir de então, soldados fazem paradas quando marcham sobre pontes. Ironicamente, grupos de pessoas que não tem a intenção de marchar frequentemente caminham sincronizadas para acompanhar o balanço de uma ponte para poder manter o equilíbrio. Esse fenômeno necessita de maiores pesquisas.
**A ponte Tacoma Narrows nos Estados Unidos é uma ponte de suspensão de uma milha de comprimento (1600 metros) com uma abertura de 2800 pés (850 m), sendo a terceira maior do mundo quando foi construída. Ela desabou devido a uma torsional ressonância induzida pelo vento que aumentou até que a ponte desabou. Posteriormente ela foi redesenhada e reconstruída para que isso não ocorresse novamente. A destruição da ponte foi filmada por Barney Elliott, dono de uma loja de câmeras em 1940. O colapso da ponte Tacoma Narrows foi preservado em filme no Registro Nacional de Filmes dos Estados Unidos. Ele costuma ser mostrado para estudantes de engenharia, arquitetura e física.
Comentário por WAGNER JOSE BULL em 23 de Janeiro 2007.
Bom artigo, mas realmente é difícil compreendê-lo porque nele está o grande mistério do Aikido. A meta da técnica do Aikido é integrar as vibrações do uke com as do nague de forma que a vibração composta ecoará com as do Universo.
É por isso que O Sensei disse que o Aikido é o Caminho do eco da montanha (Yamabiko no michi).
A humanidade deve ecoar com as vibrações do universo para realizar sua missão na vida após senti-las. Essa é a essência da iluminação.
A prática do Aikido é uma boa forma de sentir as vibrações e responder naturalmente a elas.
Mas isso também pode ser feito de muitas outras maneiras... cantando, dançando... vivendo!!!!! Não importa qual é o método que a pessoa use para reverberar, o que importa é sentir Deus e sua música e fazer parte de sua banda.
Ki é vibração. O que nós praticamos pode ser melhor traduzido como “o Caminho para reverberar com as Vibrações” = Aikido.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Certo ou errado?

- "Não tem certo ou errado. Tem bonito e feio". Com esta frase Kawai sensei explicava as diferenças técnicas de cada professor.
Nos resta seguir o exemplo deste grande líder agregador não deixando nosso ego se inflar na medida em que vamos nos graduando. É uma tendência natural reconhecermos como correto o que estamos acostumados a ver e fazer(proteger o que é nosso). Por outro lado posso afirmar que é uma visão tendenciosa e ou apenas uma expressão de nossa arrogância.
Matias.-Ac Central.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A origem do termo Kamikaze

A origem do termo Kamikaze [神風], o vento divino

http://www.wrecksite.eu/img/wrecks/kublai_khan_battle.jpg
Em 1268, com a destruição da Coréia e com uma grande parte da China Song conquistada, o chefe mongol Kublai Kan (1215-1294) enviou embaixadas ao Japão para submeter “o rei do Japão”. A corte de Kyoto e o governo de guerreiros em Kamakura ignoraram estas intenções do chefe mongol e eles próprios se prepararam para uma invasão. Os vassalos dos samurais do bakufu (quartel general) de Kamakura ficaram em estado de alerta. Os templos e os santuários ofereceram as suas preces em proteção da nação.
Em novembro de 1274, uma armada de 900 barcos transportando mais de 44 mil soldados e marinheiros, incluindo mongóis, tártaros, chineses e coreanos, partiu do sul da Coréia. Depois de devastar Tsushima, aportou na baía de Hakata.
Após terem forçado os guerreiros japoneses a retirarem-se, os mongóis voltaram para os seus barcos. Durante a noite foram fustigados por um terrível vendaval que afundou muitos barcos e dispersou a armada. Em 1275 e 1279, Kublai procedeu a novas tentativas. Os regentes de Hojo recusaram-se a receber os seus enviados e ordenaram a construção de postos de defesa no contorno da baía de Hakata, a construção de barcos de defesa para fazer frente aos barcos mongóis e a mobilização de vassalos e não vassalos.
Com a queda da dinastia Song em 1279, Kublai encontrava-se livre para dedicar-se à conquista do Japão. Em 1281, iniciou a formação de uma grande armada composta por duas frotas. No princípio de junho, 4.400 barcos de guerra transportando 140.000 homens lançaram-se ao mar, partindo simultaneamente da Coréia e do rio Yangzi. Enquanto a armada do sul se atrasou várias semanas, a armada que vinha do leste chegou a Hakata, em 23 de junho e travou várias batalhas com os barcos japoneses. Em 16 de agosto, a armada foi destruída por um tufão, que acabou com a metade dos barcos e dizimou grande parte dos homens. Os japoneses atribuíram estes dois acontecimentos milagrosos a “ventos divinos” (kamikaze). Tal fato contribuiu para a crença de que o Japão era uma terra protegida pelo divino (shinkoku). Sem despojos como prêmio dos seus esforços, muitos samurais mostraram-se descontentes. Kublai planejou uma terceira invasão, mas não a concretizou.


fonte: http://www.nipocultura.com.br

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Disputas em cima do Tatami

Há algum tempo atrás, um jovem estudante Americano, que tinha acabado de receber a sua graduação de shodan em Aikido, decidiu visitar e treinar no Japão. No sentido de financiar a sua viagem e ganhar crédito académico, submeteu uma proposta para o estudo da história do Aikido e seu desenvolvimento a partir de outras artes marciais. Tal proposta estava tão convincentemente escrita, que ele recebeu uma bolsa total por um ano. Após um curso intensivo de japonês, com a duração de 10 semanas no Centro Leste-Oeste, no Havai, partiu para a terra do Sol Nascente.

O ansioso jovem devoto do Aikido dirigiu-se a um dojo em Aomori onde sabia que o professor era excepcional não só em Aikido, mas também noutras artes marciais. Tinha a sensação de que este seria o melhor sítio para as suas pesquisas e treino. À sua chegada, parecia que o professor tinha tomado o jovem entusiasta americano sob a sua asa. Isto foi mal interpretado por alguns dos estudantes mais antigos do dojo. Um estudante, um 4º dan, que estava particularmente ressentido, quis ver quão bom era o Aikido deste estrangeiro.

Uma noite, perto do final do treino, quando o professor foi chamado para fora do tapete por uns instantes, o discípulo viu a sua oportunidade. Após um breve "onegai shimasu”, eles começaram uma prática vigorosa. Conforme a cadência aumentava, o americano apercebeu-se das intenções do discípulo, e embora estivesse cansado, estava determinado a fazer uma boa exibição. “Não é apenas para a minha aceitação”, pensou ele, “mas para mostrar que o treino na América pode ser tão bom como no Japão”. Ao aperceber-se da força renovada e da resistência do seu oponente, o discípulo entendeu que se tratava de uma aceitação muda do seu desafio. Dando-lhes espaço, os outros estudantes começaram a afastar-se e a observá-los. O americano investiu, de braços esticados para lhe agarrar ambas as mãos. O japonês rodopiou, e como se estalasse um chicote, trouxe o americano à volta, encarando-o. Com um movimento de corte de uma espada, o decidido 4º dan arremessou o cutelo da sua mão sobre o pulso torcido do americano atirando-o, violentamente contra o tapete. A resposta foi vagarosa devido à fadiga, ouviu-se o som de um estalido e o americano largou um arfar de dor. Rapidamente libertado, o americano tomou a posição de “seiza” e curvou-se sobre o seu pulso.

Com uma atrapalhação de “daijobu? daijobu?” (Não há problema?), os outros estudantes rodearam o jovem estrangeiro ferido, ajudaram-no a levantar-se e escoltaram-no para fora do tapete. Movendo-se na orla do grupo consternado, as faces dos alunos pareciam mostrar uma esbatida satisfação.

Pouco tempo após, o professor entrou de rompante na sala, dirigindo-se ao aleijado, seguido por estudantes que traziam gesso, água e ligaduras. Então, cuidadosamente, ele tomou o pulso partido e fez uma inspecção experiente. Havia uma ansiedade nervosa, mas ninguém falou ou atreveu a afastar-se. Em quinze minutos a mistura de ligadura e gesso começou a endurecer. Limpando as mãos, o professor, pensativo, afastou-se um pouco e olhou para os estudantes ansiosos. O perturbado mestre pareceu crescer em altura conforme a sua face escurecia de raiva. Baixa e determinada, a sua voz saiu com a força de um Deus. “Sore wa dame da!”, ele gritou. Num inglês sincopado, um japonês próximo traduziu para o confuso americano. O professor continuou: “Isto é uma vergonha para o Aikido. O-Sensei quis eliminar esses conflitos de vaidade, orgulho e raiva”. Dirigindo o seu olhar para o aluno ferido, ele disse: “Tu não devias ter excedido as tuas capacidades apenas para demonstrares que, como estrangeiro, és merecedor. Isso é orgulho. Agora vais ter de aguardar vários meses até poderes treinar novamente. Perdeste um tempo precioso.”

O professor voltou-se então para o discípulo. “Esta não é a primeira vez”, disse ele ameaçador, “tu és uma desonra para a arte. Há anos que O-Sensei baniu todas as disputas no Aikido depois dele próprio ter sido responsável por uma lesão permanente que provocou a um grande artista marcial, num duelo. Quando O-Sensei percebeu que esse homem nunca mais seria capaz de praticar novamente, ele viu que as disputas nas artes marciais têm sempre consequências destrutivas. Testaste este estrangeiro por uma questão de vaidade e quando sentiste que ele era insolente na sua resistência, foi a cólera que imprudentemente o feriu. Não há nenhuma razão aceitável para perder o controle durante a prática. Partilharás com ele a sua perda. Não permitirei que pratiques no meu dojo até ele poder praticar de novo”, disse o professor apontando para o americano. “ Exijo que ambos assistam às aulas diariamente, sem falta. Vão sentar-se juntos a observar a prática. Esta será uma oportunidade para aprofundarem o conhecimento do verdadeiro espírito do Aikido e de superarem as vossas diferenças”.

E assim foi.



A HARMONIA DO AIKIDO E A MENTE - Gozo Shioda



O axioma fundamental do Aikido é que o frágil é capaz de dominar o forte através do estudo e treino das técnicas. Entretanto, Aikido é muito mais que simples habilidades físicas. Para coordenar-se com os movimentos e força do oponente é necessário que a mente esteja sã, bem como o corpo flexível.
Em outras palavras, a mente deve ser aberta e flexível em seqüência, para ser capaz de estar em vantagem sobre os movimentos do oponente. Indo mais adiante, o aikidoka precisa entender que deve entender seu oponente e unir-se (compartilhar) a seus sentimentos; logo o objetivo final é não gerar confronto, mas sim cultivar um sentimento de harmonia.
Portanto a competição, cada conduta de arrogância ou derrota é evitada na prática do Aikido. As técnicas são assimiladas durante os katas, com a cooperação do parceiro de treino. Cada movimento é repetido até que ser torne totalmente assimilado, tornando-se uma ação automática.
O Aikido não está somente preocupado com o relacionamento entre as pessoas, essa é uma forma de treino na qual o aikidoka aprende a harmonizar-se com a natureza através da prática de técnicas naturais. Todo movimento que é ineficaz, deselegante, complicado ou forçado não pode ser Aikido.

MÉTODO DE PRÁTICA

Aikido é praticado normalmente através de katas, isto não significa que o movimento esteja “morto”, pelo contrário, cada movimento deve ser efetivo. A essência da prática do Aikido é que os parceiros devem aperfeiçoar seus movimentos e tentar obter um treino com marcialidade através da aplicação das técnicas corretas.
Quando realizada corretamente, a técnica de Aikido não requer nenhum esforço desnecessário. Além disso, nenhuma técnica de Aikido exige força física exagerada; podendo-se dizer que quando se executa a técnica com uma grande quantidade de força, esta foi mal executada. Portanto, já que o Aikido pode ser praticado vigorosamente ou gentilmente, este pode ser praticado por pessoas de todas as idades e ambos os sexos. Além disso, a prática também promove bom condicionamento físico, sendo um método de defesa pessoal e de trabalho da mente.

O MOVIMENTO CIRCULAR

O segredo de ser capaz de ter vantagem sobre a força física do oponente será no princípio de marui (movimento circular). Quase nenhum movimento no Aikido é simplesmente reto: movimento dos pés, tronco e braços descrevem todos um arco. E ainda mais, são tridimensionais, movendo-se como uma esfera ou em espiral. O movimento circular permite que o aikidoka uma seu peso e força aos ataques (empurrões, puxões) do oponente sem choques.
A mudança de direção ilustra a eficácia do movimento circular. Se o movimento inicial do corpo é em linha reta, é necessário pará-lo para mudar a direção; mas se o movimento inicial é circular, não será preciso interromper o fluxo do movimento. É preciso prestar muita atenção e estudá-lo cuidadosamente, no que é provavelmente o mais importante movimento básico do Aikido.



Movimento esférico
Os movimentos circulares não estão confinados a somente um plano; ele pode ir da frente para trás, da direita para a esquerda e de cima para baixo. Um bom aikidoka deve ser capaz de aplicá-los em qualquer direção ao longo da superfície da esfera se quiser ser capaz de anular um ataque vindo de qualquer direção.

Força Centrípeta e Centrífuga
O movimento circular (ou esférico) apresenta as forças centrípeta e centrífuga. A centrípeta é a força que suga (puxa) as coisas para dentro do furacão ou redemoinho; a centrífuga é a força que arremessa as coisas para fora. Ao analisarmos a técnica do Aikido, percebemos a presença de ambas as forças, na maioria dos casos onde o equilíbrio do oponente foi completamente quebrado, através de movimentos circulares, anteriores ao ataque direto. Exemplificando: suponha que o oponente ataque diretamente pela frente, ao invés de chocar-se com o ataque pode-se mover para fora da linha do ataque sem opor-se ao movimento aplicando uma leve pressão em espiral; assim com um pequeno esforço será possível mudar a direção do ataque, desequilibrando o oponente e tirando-lhe a força. É como compara a força de um tornado com o vento soprando em uma única direção.

ELEMENTOS ESSENCIAIS AO MOVIMENTO

Velocidade
No Aikido, como em outras práticas marciais, velocidade é um elemento vital. Basicamente existem duas utilidades para a velocidade: primeiro, é poder acompanhar o movimento do oponente; em segundo, para ser capaz de esquivar-se (evitar) um ataque inicial.
Como exemplo do primeiro: seria impossível pular para dentro de um trem em movimento a 80 km/h, mas se você estiver em um veículo viajando na mesma direção e velocidade do trem, essa tarefa será simples. Já para o segundo: imagine um objeto muito pesado (pode ser um cofre, bigorna ou piano, como nos desenhos animados) caindo diretamente sobre sua cabeça; se você não se mover rapidamente, certamente será esmagado.
No Aikido deve-se haver um esforço constante, através do treino, para se obter uma velocidade excepcional.

Timing
Timing significa sincronização de seu movimento com o movimento de seu oponente ou parceiro – essa é a essência do Aikido – é a combinação de velocidade e concentração de energia.

Concentração de Força (poder / energia)
SUCHU-RYOKU é a concentração de toda força num dado instante em um determinado ponto. Por exemplo, se alguém segura seu punho toda sua energia deve ser conduzida para esse ponto. Contrariamente, se seu atemi for dado com a mão direita, mas parte de sua energia está em sua mão esquerda, o golpe perderá muito de sua eficácia.
Mesmo que uma concentração total de energia não seja possível, através de treino regular um nível de concentração extraordinário pode ser alcançado. Até pessoas sem nenhum treino são capazes dessa façanha em situações de emergência, como por exemplo num incêndio, sendo capazes de mover objetos que normalmente seriam muito pesados para elas; este é um exemplo de concentração inconsciente de força e energia.
Mas com o treino é possível desenvolver a habilidade de concentração de força e energia conscientemente.

Movendo o Centro de Gravidade
Pela mudança de peso e ajuste na distribuição em cada pé, a força de qualquer técnica pode ser até duplicada. De fato, o grau de efetividade da técnica depende da quantidade de peso que é devidamente utilizada. Não se deve esquecer da transferência do centro de gravidade nos movimentos básicos do Aikido e os praticantes devem manter isso em mente constantemente durante os treinos.

Extraído do livro: Dinamic Aikido, Gozo Shioda