sábado, 31 de julho de 2010

O VAZIO (Michi)



Esse VAZIO significa que devemos agir com desprendimento, de forma desinteressada, com verdade e respeito.
Um espírito carregado não pode fluir com leveza, pois o EGO impede que a Verdade Divina seja vista. Devemos, no entanto, lembrar que desapego não significa morrer ao invés de lutar pela Verdade. Não é fugir ao conflito. Mas sim, não ser controlado pelo medo, ego ou qualquer outro sentimento que possa embaraçar o ¨Olho do Espírito¨.
Este é o caminho pretendido por todos os guerreiros do terceiro milênio que procuram sobrepujar-se em força e sabedoria. As diversas artes marciais são partes de um único caminho: A interação consigo mesmo, com os outros e com o universo.
Os exercícios e técnicas têm um sentido mais profundo do que apenas competir ou exercitar-se. Neles existe um sentido essencial na vida do praticante: o encontro da paz, do equilíbrio e o domínio de si mesmo.

cronologia de vida do mestre Mohirei Ueshiba - fundador do Aikido


Mestre Mohirei Ueshiba

(Cronologia de sua vida)

1882
  Jigoro Kano estabelece a Escola Kano Juku, que se tornaria mais tarde a escola  Kodokan de Judô.
1883
 Nasce Morihei Ueshiba em Tanabe, província de Kii (Prefeitura de Wakayama) no dia  14 de Dezembro.
1901
Muda-se para Tokyo em setembro e trabalha em um negócio de seu familiar, Koshiro Inoue. Estuda Tenshin Shinyo-ryu Jujutsu sob a vigilância de Tokusaburo Tozawa em Tokyo. Possivelmente estudou brevemente a escola de Sabre Shinkage-ryu.

 
1903 Casa-se com Hatsu Itogawa em Tanabe. Junta-se ao 61º Regimento de Infantaria do Exército de Wakayama (final de Dezembro).

 1904  Começa a Guerra entre Rússia e Japão. 
 1905 Seu regimento parte para o front da Manchúria.
 1906 Sai do Exército. Regressa a Tanabe.
 1908 Recebe o certificado Yagyu-ryu Jujutsu  por parte de Masanosuke Tsuboi (ou Masakatsu Nakai).
1909
  É estabelecido o Hombu-dojo da escola Kodokan Judo. 
1910
Vai a Hokkaido avaliar um projeto de desenvolvimento de terras apoiado pelo governo. Retornando rapidamante a Tanabe.

1911 Possívelmente estudou por um breve periodo Judo com Kiyoichi Takagi em Tanabe. Sua primeira filha nasce, Matsuko.
 1912 Lidera um grupo de colonos da província de Kii que se instalam em Aza-Shirataki, na aldeia de Kamiwakibetsu no distrito de Mombetsu, Prefeitura de Hokkaido.
 1915 Conhece Sokaku Takeda da Daito-ryu Jujutsu em Hisada Inn em Engaru que lhe foi apresentado por Kotaro Yoshida.
Completa os primeiros 10 dias do seminário da Daito-ryu (5 de Março).

 1916 Estudo intensivo de Daito Ryu Aikijujutsu.

1917 O
primeiro filho, Takemori, nasce em Julho.


1918
Faz parte do conselho administrativo da aldeia de Kamiwakibetsu entre Junho de 1918 e Abril de 1919.


1919
Deixa Hokkaido em dezembro devido  à notícia do agravamento de saúde do seu pai. Deixa terras e propriedades ao seu mestre, Sokaku Takeda.


1920
Em Ayabe conhece Onisaburo Deguchi da religião Omoto.O seu pai, Yoroku, morre em Janeiro. Chega a sua casa em Tanabe pouco tempo depois da morte de Yoroku. Muda-se para Ayabe, local da religião Omoto na Prefeitura de Kyoto, com a família. Constrói o dojo Ueshiba Juku ligado à sua residência. O segundo filho, Kuniharu, nasce em Abril. O filho mais velho, Takemori, morre em Agosto. O segundo filho, Kuniharu, morre em Setembro.

1921
Nasce o seu terceiro filho, Kisshoumaru Ueshiba, em  27 de Junho em Ayabe.


1922
A sua mãe, Yuki, morre.Sokaku Takeda visita Ayabe com a família para ensinar e permanece lá de 28 de Abril a 15 de Setembro.
Recebe o Kyoju Dairi de Takeda certificando-o como instrutor qualificado da Daito Ryu (Setembro).

1924
Vai à Mongólia com Onisaburo Deguchi com o objetivo de estabelecer uma comunidade utópica (Fevereiro até Julho).
É capturado e feito prisioneiro por militares chineses por planear derrubar o governo de então e chega a enfrentar a morte. 

1925
Dá uma demonstração especial em Tokyo para altas patentes militares.


1926
  Kenji Tomiki começa o seu treino. 

1927
Muda-se para Tokyo com toda a família e estabelece temporariamente um dojo numa sala de bilhar na mansão do Conde Shimazu em Shiba, Shirogane em Sarumachi onde começa a ensinar o caminho do Aiki.
1928
Muda-se para Shiba, sunamachi, local temporário de outro seu dojo
1929
Muda-se com a família para Shiba, Kuruma-machi, e novamente estabelece um dojo temporário.

1930
Muda-se para Shimo-ochiai em Mejiro.O fundador do Judo, Jigoro Kano, observa uma demonstração de Ueshiba no dojo de Mejiro e envia muitos dos seus alunos do Kodokan, incluindo Minoru Mochizuki para estudar com ele.


1931
Dedicação ao dojo Kobukan em Ushigome, Wakamatsu-cho. Sokaku Takeda leciona um seminário de 20 de Março a 7 de Abril no dojo Kobukan.
O nome de Ueshiba aparece no livro de relações de Takeda.  Rinjiro Shirata entra para o Kobukan. 
1932
O Budo Sen'yokai (Sociedade para a Promoção das Artes Marciais) é estabelecido com Ueshiba à frente.  Gozo Shioda entra para o Kobukan.

1933
É publicado o manual de técnicas Budo Renshu.


1935
Gravação do filme-documentário para o Asahi Newspaper em Osaka com Takuma Hisa


1937
O nome de Ueshiba aparece com o nome de Zenzaburo Akazawa no livro de pessoas ligadas à Escola Kashima Shinto-ryu.


1938
É publicado o manual técnico, Budo, contendo fotografias das técnicas de Ueshiba.


1939
É convidado para a Manchúria para instruir. Koichi Tohei entra para o Kobukan. 


1940
Participa na demonstração de artes marciais na Manchúria comemorando o 2600º aniversário do Japão. 
Kenji Tomiki  recebe a graduação de  8º Dan por Ueshiba.  
Kisaburo Osawa entra para o Kobukan.

1941
Dá uma demonstração organizada pelo Almirante Isamu Takeshita no dojo Saineikan em solo do palácio perante membros da família imperial.
Leciona na academia militar da polícia. É convidado a lecionar na Manchúria na Semana da Universidade de Artes Marciais. Torna-se conselheiro de artes marciais nas Universidades de Shimbuden e Kenkoku.

1942
O nome "Aikido" torna-se oficial e fica registrado pelo Ministério da Educação.
É convidado para ir à Manchúria como representante das artes marciais japonesas para participar nas demonstrações de Intercâmbio de Artes Marciais Manchúria-Japão como comemoração do 10º aniversário da independência da Manchúria (Agosto).
Muda-se para Iwama, na Prefeitura de Ibaragi. Kisshoumaru Ueshiba torna-se Diretor do Dojo Kobukan.

1943
O primeiro Santuário Aiki é levantado em Iwama.

1945
A Fundação Kobukai cessa a sua atividade devido ao banimento das artes marciais no pós-guerra. O dojo de Iwama fica pronto.

1946
  Morihiro Saito entra para o Dojo de Iwama.

1947
  Sadateru Arikawa entra para o Aikikai Honbu Dojo.  Hiroshi Tada entra para o Aikikai Honbu Dojo.

1948
Dedica-se à agricultura e a treino intensivo de meditação em Iwama.
O Aikikai Honbu Dojo muda-se para Iwama, e é aberto um escritório em Tokyo. Kishoumaru aceita o cargo de diretor do Aikikai Honbu Dojo.


1949
É estabelecida a prática regular do Aikidô  no dojo de Tokyo.

1951
  Minoru Mochizuki vai para França lecionar Judo e Aikido. 
1952
 Koichi Tohei graduado 8º Dan por Ueshiba. 

1953
  Koichi Tohei vai inicialmente para o Hawaii durante um ano. 
1954
  É inaugurado o Yoshinkan Aikido Dojo em Tsukudo Hachiman. 
1955
A sede do Aikikai Honbu Dojo muda-se de Iwama para Tokyo.
Vários dignitários estrangeiros assistem a uma demonstração dada pelo fundador no Aikikai Honbu Dojo. 


1958
Aparece no documentário "Rendez-vous with Adventure" na televisão dos Estados Unidos. 
Kenji Tomiki estabelece o Clube de Aikido da Universidade de Waseda em Abril. 

1960
Recebe a Medalha Shiju Hosho (medalha de honra) do governo japonês.
1961
É convidado para ir ao Hawaii para a inauguração da Honolulu Aikikai (Fevereiro).
Aparece num documentário televisivo produzido pela NHK. 
É estabelecida a "All-Japan Student Aikido Federation" com Ueshiba como presidente. 


1963
  Demonstração da "All-Japan Aikido" realizada pela primeira vez em Hibiya Kokaido (Outubro). 
1964
Recebe a condecoração Ordem do Sol Nascente, 4º Classe, como fundador do Aikido.
1968
  Lhe é  dedicado o edifício do novo Honbu Dojo. 
1969
Dá a sua última demonstração em 15 de Janeiro na celebração do Kagami Biraki.
Morre wm 26 de Abril. Suas cinzas queimadas em Kozanji, Tanbe.
Cabelo preservado em Iwama, no Dojo Kumano, Ayabe e no Honbu Dojo.
É tornado cidadão honorário de Tanabe e Iwama. 
A mulher, Hatsu, morre em Junho.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Reduzindo para chegar à eficiência: porque o verdadeiro treinamento “suave” é perigoso.


http://www.aikidojournal.com/?id=2019

Traduzido para o Português por Jaqueline Sá Freire – Hikari Dojo – R.J.

“Divida pela metade, divida pela metade e divida pela metade novamente...” costumava dizer um dos meus compatriotas, que treinava comigo.
O uso da força não só faz com que a técnica fique ineficaz, mas também inibe a auto descoberta e a percepção. Porque se preocupar com a técnica se você usa a força bruta? Se você vai fazer força, faça só isso. Para que se preocupar com a disciplina que é necessária para aprender a forma?
É fácil usar o Aikido para contra atacar alguém que usa a força porque eles “telegrafam” o ki. Mais que o necessário para obter um resultado.
 “Quando você coloca poder na suavidade isso se torna perigoso,” disse uma vez um sensei que tinha bebido demais e falado sobre segredos.
Ao treinar, a melhor disciplina é ser completamente honesto. Dar pulos e fazer movimentos inúteis é apenas pose e auto engano. Mas empurrar e fazer força também não serve para nada. Isso vai machucar seus colegas de treino e fazer com que você seja ineficiente em uma luta real.
Fluidez de movimentos, em treinamento estático e dinâmico, é um atributo essencial. Ninguém é melhor que ninguém. Todos são essenciais. Mas tente isso: esqueça tudo sobre sucesso e falhas, vencer ou perder, e tudo o que tem a ver com ego dentro do dojo. Deixe isso do lado de fora, junto com seus sapatos.
Então, faça MENOS e encontre uma forma de FAZER com que a técnica suave funcione, ajustando você mesmo. O que? Mente, atitude, maai, posição. EXPLORE. Tenha a coragem de falhar no dojo, porque você não deve falhar na vida real.
Ao treinar, estamos estudando o KUZUSHI (desequilíbrio do outro), não força em colisão. Por quê? Segurança!
Um golpe lento é um empurrão e um empurrão rápido é um golpe, mas vamos além disso. Em uma situação real, o kuzushi vai acontecer como um golpe por causa das respostas naturais do corpo. Ao treinar, não podemos fazer golpes com impacto eficiente por causa da segurança. Então, fazemos menos para conseguir mais, aumentando a eficiência da técnica e a empatia.
Esta empatia, com um impulso construtivo ao treinar, nos ensina limites e tolerância de vários tipos de corpos. Em uma situação real de sobrevivência, isso tem o potencial de causar sérios danos.
Alguns principiantes exageram tentando fazer com que uma técnica funcione usando a força, e estão enganados. Ao fazer isso eles se arriscam a se ferir ou a ferir um colega ao treinar, diminuem o poder das técnicas e não conseguem progredir. Se uma técnica vai funcionar, ela simplesmente funciona, porque você a fez corretamente e não porque você está usando sua força contra o oponente. No momento em que você usa a força contra o oponente, ela deixa de ser aikido e passa a ser uma briga de homens das cavernas. E é disso que tentamos nos distanciar.
Faça a técnica simplesmente, como se o oponente não estivesse lá. Se tiver que funcionar será porque você fez de forma correta, não porque você está usando sua força contra o oponente.
Expresse a técnica como sendo uma arte, como se fosse um movimento com o pincel. Permaneça conectado de maneira suave, apenas isso. Isso é um treinamento de relacionamento, não uma prática de canibalismo. A união não precisa ser física, ela pode ser mental, e o movimento que é gerado é o movimento do universo, não é como um macaco lutando contra outro macaco. NÃO É UMA COMPETIÇÃO. Competição e SOBREVIVÊNCIA são coisas inteiramente diferentes. A sobrevivência é uma predisposição para a cura, a competição é uma doença. Elas não se relacionam. E o treinamento deveria estimular a sobrevivência, e não a patologia.
Neste treinamento você deveria lutar para SE CORRIGIR, não para impor sua força ao outro. Assim você deve se afastar da preocupação sobre se a técnica vai funcionar ou não, mas PRESTE ATENÇÃO QUANDO FUNCIONAR. Deixe de lado a doença da competição.
Antes de tudo você deve ser honesto quanto a sua verdadeira habilidade e seus resultados. Então, antes que você possa encontrar a física central por trás da verdadeira técnica, pratique sem tentar fazer funcionar. Então, preste atenção em por que isso acontece. E, se funcionar, ao invés de ficar surpreso ou achar que o uke “pulou”, preste atenção. Este é um processo de auto aperfeiçoamento, não de “fazer alguma coisa contra alguém”.
Tente fazer jumbi taiso, aquecimento sem ukemi. Faça os movimentos só até o ponto do kuzushi e pare. Ou faça com que o uke bata antes de ficar desequilibrado. Faça uma sessão inteira assim, e no fim, nos últimos 15 minutos, faça o kuzushi. Eu não estou dizendo para você empurrar ou fazer força para desequilibrá-lo, deixe acontecer naturalmente.
Você não precisa de um treino especial para usar a força bruta. Qualquer idiota pode fazer isso. É a patologia da espécie, e reflete nosso nível de “inteligência”, com a qual votamos nos maiores idiotas (ou permitimos que tomem o poder), que usam a força bruta como homens das cavernas, e eles chegam a posições de responsabilidade que gostam de chamar de “poder”, que eles usam mal.às suas custas. É isso que está causando mal à humanidade e nos tornando inferiores, impedindo nosso potencial de emergir. É disso que devemos nos afastar antes de começarmos a nos tornar humanos.
O treinamento de Aikido funciona acelerando a evolução humana, mas apenas se nós, conscientemente, analisarmos a violência dentro de nós mesmos. O uso da força é um indicador de grande dificuldade patológica, espiritual, mental e física. Isso não melhora com o uso de mais força, e sim com a busca do equilíbrio. O equilíbrio se manifesta pela beleza que é refletida pela eficiência. A eficiência não pode ser forçada. Ela deve ser encontrada. Ela é encontrada na verdadeira economia de movimentos, da vida, dos processos de administração e de relacionamentos. Quando você consegue fazer unicamente aquilo que é necessário, e nada além, você se aproxima de um estado em que o verdadeiro poder da “suavidade” pode ser demonstrado e traz mudanças sem imposição, força ou violação, de qualquer forma.
 Este princípio do aiki é aplicável em todos os aspectos da existência, não apenas para a defesa. É interessante que ninguém seja derrotado. Todos devem vencer, ganhar. O verdadeiro sentido da palavra "humanidade" se torna possível porque o paradigma de “todos vencerem” traz uma notável elevação. Isto é o oposto da teoria da degradação, criada por pessoas doentes e confusas, por mentes inseguras e temerosas, que lutam sem uma boa razão para canibalizar outros seres humanos em guerras custosas de futilidade, internas e externas, indo para lugar nenhum.
Se você não pensa que pode mudar o mundo com pequenas ações como o voto, ao menos pode trabalhar em se corrigir. O treinamento regular de Aikido é um meio e um bom ponto para se começar.
E então, quando as coisas ficarem realmente ruins, no mínimo você terá alguma capacidade mesmo que modesta de auto-defesa, para se proteger

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Atingindo a faixa preta

Pense sobre perder a faixa preta, e não em ganhá-la. Sawaki Kodo, um mestre Zen, frequentemente dizia, "Ganhar é sofrimento; perder é iluminação." Se alguém perguntar a diferença entre praticantes de hoje e do passado, eu responderia que os praticantes do passado viam o treinamento como "perda". Eles abandonavam tudo por sua arte e sua prática. Famílias, trabalho, segurança, fama, dinheiro, para desenvolverem-se a si próprios. Hoje, eles apenas pensam em ganhar. "Eu quero isto, eu quero aquilo." Nós queremos praticar artes marciais, mas também queremos dinheiro, fama, telefones celulares e tudo que qualquer um possa ter.
Quando o estudante olha seu treinamento do ponto de vista da perda em vez do ganho, ele se aproxima do espírito da maestria, e verdadeiramente torna-se valoroso como faixa preta. Só quando você finalmente desiste de seus pensamentos sobre exames e faixas, troféus, fama, dinheiro e a própria maestria na arte, você alcança que o mais importante é sua prática. Seja humilde, seja gentil, Cuide dos outros e ponha a todos adiante de você. Estudar arte marcial é estudar você mesmo – seu verdadeiro Eu. Isto nada tem a ver com graduações.
Um grande mestre Zen disse uma vez: "Estudar o Eu é esquecer o Eu. Esquecer o Eu é compreender todas as coisas."

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Aikido - Pronúncias


Como o Aikido é uma Arte Marcial Japonesa, é natural que os nomes de técnicas estejam em japonês. Em geral, os nomes descrevem os movimentos, utilizando palavras comuns do dia-a-dia em japonês, outras vezes palavras mais associadas a artes marciais.
Como temos seminários no Brasil com a visita de mestres japoneses durante o ano, devido a ter nos acostumado com pronúncia incorreta de algumas palavras acabamos não entendendo o que é dito e vice-e-versa (Lembro-me que quando treinei Judo quando pequeno, aprendi uma técnica como Shoi-nague, quando a pronúncia correta é Seoi-nague).
Quem tem alguma familiaridade com o idioma também estranha a pronúncia dekasségui, é muito difícil encontrar palavras pronunciadas com a vogal aberta (a pronúncia seria dekassêgui). Também não há vogal nasalada, ou seja, "san" seria pronunciada como "sa""n" e não como "sã".
Com o intuito de tentar melhorar a nossa pronúncia (principalmente para os faixas pretas), na medida do possível estaremos passando um pequeno glossário por e-mail e as listas de exame com a pronúncia.
Não é o objetivo forçar a falar desse ou daquele jeito, apenas servir de conhecimento geral para os interessados.
Observações iniciais:
- entre parênteses está a pronúncia. Quando a vogal estiver dobrada, ela deve ter pronúncia um pouco mais prolongada.
- tentaremos grafar no modo Hepburn de romanização (http://en.wikipedia.org/wiki/Hepburn_romanization) . Desse modo, "chi" pronuncia-se "ti", "gi" pronuncia-se "gui", "ju" pronuncia-se "dju". As palavras iniciadas por "h" são como em inglês, por ex: "hito" pronuncia-se "rito" (sem o rrrr, enrolando a língua). Palavras começadas por "r",
pronuncia-se como se o "r" estivesse no meio de uma palavra em português, por ex: em "roku", a sílaba "ro" é pronunciada como na palavra "caro" e não como na palavra "rolo".

Direções
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- Mae (máe): frente
- Ushiro (ushirô): atrás (não se pronuncia "ushíru")
- Migi (mígui): direita
- Hidari (hidári): esquerda
- Yoko (yokô): ao lado
- Shomen (shôomen): frontal
- Yokomen (yokomen - as 3 sílabas com a mesma força): lateral

Contagem
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Ichi (íti): 1
Ni (ni): 2
San (san): 3
Shi (shi): 4
Go (go): 5
Roku (rôku): 6
Shichi (shíti): 7
Hachi (háti): 8
Kyu (kyú): 9
Ju (júu): 10

Ataques
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Shomen Uchi (shôomen úti): golpe vertical com a mão aberta, de baixo para cima na cabeça

Yokomen Uchi (yokomen úti): golpe transversal com a mão aberta, na altura da têmpora ou pescoço Tsuki (tsukí): soco na altura da boca do estômago
Katate Tori (katatê tôri): segurar uma das mãos
Ryote Tori (ryotê tôri - pronunciar sílaba "ryo" como em "carioca" e não como em "rio"): segurar ambas as mãos
Morote Tori (morotê tôri): segurar uma das mãos do parceiro com as duas mãos
Obs: por segurar as mãos, na verdade seguramos os pulsos

Kata Tori (katá tôri): segurar o kimono do parceiro na altura do ombro
Sode Tori (sodê tôri): segurar a manga
Tekubi Tori (tekúbi tôri): segurar o pulso
Kubi shime (kubí shimê): chave no pescoço, segurando o colarinho
Muna Dori (muna dôri): segurar o kimono do parceiro na altura do peito
Eri Tori (erí tôri): segurar a gola do parceiro
Kakae Dori (kakáe dôri): abraçar o parceiro por trás, segurando o próprio pulso com a outra mão
O prefixo “ryo” significa “ambos”:
Ryote Tori (ryotê tôri): ambas as mãos
Ryokata Tori (ryokatá tôri): ambos os ombros

Obs.: nos termos abaixo:

- Katate Tori (katatê tôri)
- Ryote Tori (ryotê tôri)
- Morote Tori (morotê tôri)
- Kata Tori (katá tôri)

Devido a proximidade da ultima silaba da primeira palavra com a primeira silaba da segunda palavra e ambas comecarem por "t", a pronuncia fica muito "seca": -te to-, -ta to-. Nesse caso, ocorre uma vocalizacao na primeira silaba da segunda palavra, podendo ser pronunciado:
- Katate Dori (katatê dôri)
- Ryote Dori (ryotê dôri)
- Morote Dori (morotê dôri)
- Kata Dori (katá dôri)

Apenas relembrando, Tori e Dori sao a mesma palavra (mesmo kanji, significando a pegada), apenas pronunciadas de modo um pouco diferente devido a vocalizacao.
Outros
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Irimi (irimí): entrada
Shikko (shikkôo): andar de joelhos (não pronunciar shukko)

Rubens Kawahara
(Agradecemos à Elza Hatsumi Tsuzuki pela revisão)