Estratégia samurai
Confira os passos para usar os ensinamentos do maior espadachim japonês da história na vida moderna
No Japão feudal, época em que as disputas e a busca pelo aperfeiçoamento faziam a diferença entre a vida e a morte em um duelo, um homem se destacou por ter se tornado invencível. Nos tempos modernos, ele é um exemplo para todos que desejam a vitória em seus projetos.Pela sua perseverança e mente obstinada, Miyamoto Musashi (1584-1645) é reverenciado como o maior samurai de todos os tempos. Após seus anos de batalhas, ele escreveu Go Rin no Sho (O Livro dos Cinco Anéis), um tratado de como um guerreiro deve se portar na vida. Seus ensinamentos estão sendo utilizados por homens de negócio e esportistas de todo o mundo.
Os samurais representam uma das maiores expressões da cultura do Japão. Seu modo de vida, baseado em um rígido código de honra (chamado de bushido), determinou a maneira de pensar da sociedade nipônica.
Sem a herança desses guerreiros, dificilmente os japoneses teriam hoje a segunda maior economia do mundo. Não seria exagero dizer que a estratégia de combate e as táticas espadachins contidas no bushido ajudaram muito no impressionante sucesso dos empresários japoneses, principalmente depois da derrota na Segunda Guerra Mundial.
Mas as lições de Musashi não se limitam aos empresários e executivos. Basta ter um objetivo definido para poder aplicar essas lições.
As dicas a seguir foram extraídas do livro Estratégia Samurai (de Boyé Lafayette De Mente, Editora JBC, 112 páginas), que contém os ensinamentos do mestre espadachim adaptados para a mundo contemporâneo.
Estabeleça metas
Esteja preparado
Musashi repetia, incessantemente, que conhecer a si mesmo, suas armas, o ambiente e seu inimigo é tão importante quanto as suas habilidades em lutar ou negociar. Ele era mestre em se preparar para uma batalha com antecedência. Seu objetivo era nunca deixar espaço para o azar. Ele ensinou que o guerreiro cuja mente está preparada fica em vantagem, não importa a arma que usar. Musashi preparava-se, meticulosamente, não apenas para situações que ele esperava, mas também para guinadas inesperadas no destino. Não é necessário dizer que gastar tempo se preparando detalhadamente para encontros, competições ou outros fatos importantes dará a você uma enorme vantagem.
Preste atenção nos detalhes
Integridade absoluta
A base do código dos samurais é a justiça – nada é mais abominável para eles do que relacionamentos dissimulados ou comportamentos injustos. O conceito de justiça é o poder de decidir o curso de uma ação de acordo com a razão ou, nas palavras de um samurai, “bater quando for certo bater e morrer quando for certo morrer”. Assim como na época de Musashi, a aceitação dos padrões morais e sociais não deixa dúvidas quanto à maneira correta de agir. Em ambigüidades ou incertezas sobre o comportamento, competidores e combatentes podem focar na tarefa que têm a fazer. A integridade absoluta do código samurai é essencial para alcançar sucesso e, ao mesmo tempo, agir de acordo com os padrões de uma sociedade moral.
Não se prenda a um estilo
Veja o invisível
Filmes japoneses sobre os feitos dos samurais, muitas vezes, retratam o herói que “vê” coisas que as pessoas comuns não podem enxergar e, de alguma maneira, “sabe” a localização exata de um objeto ou inimigo escondido. É claro que há exageros, mas existem registros de que muitos sacerdotes zen e guerreiros samurais aguçavam seus sentidos a ponto de poder, de fato, ver e ouvir coisas que eram invisíveis e inaudíveis para os outros. O ponto aqui não é gastar anos meditando para ter olhos e ouvidos de super-homem, mas atingir a capacidade de estar sempre calmo, controlado e sensível às coisas que passam à sua volta. Depois de atingir esse nível de tranqüilidade e sensibilidade, você terá uma vantagem distinta sobre os outros competidores, que ainda não desenvolveram seus sentidos no mesmo nível
A importância da flexibilidade
Nunca pare de aprender
Por volta do século XV, o “código do samurai” passou a requerer que os guerreiros também fossem habilidosos na literatura, especialmente na poesia, e em outras artes refinadas. Isso os obrigou a devotar anos de estudo a essas novas disciplinas, assim como a se manter em dia com a prática de artes marciais, que era a essência da profissão. Não é exagero dizer que os japoneses, pela herança cultural, tornaram-se obcecados pelo aperfeiçoamento constante. Aos 29 anos, Musashi havia se tornado invencível nas batalhas. Ele passou a combinar seu treinamento diário em artes marciais com instrução em artes refinadas. Ele ainda estava “em treinamento” até os últimos meses de vida, quando a doença roubou sua força. Antes de morrer, ele também se tornou um mestre de caligrafia, um artista habilidoso e um escritor notório. Esse tipo de transformação bem-sucedida requer tanto um treinamento constante quanto uma habilidade de expandir suas metas com o passar do tempo.
Foco na vitória
Perseverança
É óbvio que para ser bem-sucedido em qualquer missão difícil é necessário perseverar – isto é, persistir e manter os esforços constantes para alcançar um propósito, mesmo diante de obstáculos ou decepções. O conceito de perseverança era uma das bases da cultura samurai e teve seu auge no comportamento de Musashi. Ele estabelecia uma meta e nunca hesitava em persegui-la. Esse traço se tornou uma característica de todos os japoneses conforme as gerações passavam. Perseverança continua sendo um elemento chave na cultura dos japoneses e é ainda um dos valores mais visíveis na personalidade da maioria.
O samurai da vitória
Miyamoto Musashi, o samurai mais famoso do Japão, nasceu em 1584 e morreu de causas naturais em 19 de maio de 1645, aos 61 anos.
Os japoneses o consideram a síntese dos mais admiráveis traços da herança samurai – a habilidade de focar em metas específicas, o contínuo esforço para melhorar, a dedicação à qualidade, a perseverança e o espírito insaciável.
Mas há, também, registros de que ele tenha sido um desses poucos indivíduos capazes de captar e absorver a essência de tudo que observava e torná-la parte de seus conhecimentos.
Em seus esforços para lapidar suas habilidades de combate juntando-se a espadachins de reputação, Musashi foi um viajante inveterado, gastando muito tempo de sua vida na estrada.
Em 1640, alguns anos antes de se aposentar e escrever Go Rin no Sho, Tadatoshi Hosokawa, senhor do feudo Hosokawa, em Kumamoto, pediu a Musashi que escrevesse a essência de seu estilo de luta. Em janeiro do ano seguinte, Musashi presenteou Hosokawa com um manuscrito de 30 páginas, intitulado “Os 35 Artigos das Artes Marciais” (que, na verdade, continha 36 artigos). Esse manuscrito serviu de esboço para O Livro dos Cinco Anéis.
Tendo desenvolvido tamanha habilidade, a ponto de não ser derrotado, Musashi refletiu sobre a arte da luta de espadas e como vencer. Uma de suas regras era que a única meta em uma vitória é vencer, e vencer absolutamente. Essa era a base de sua filosofia e tornou-se o coração de Go Rin no Sho, no qual ele estabelece os princípios de suas técnicas para a vitória
notável....
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