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O que vou colocar a seguir é a minha
opinião sobre Aikido como arte marcial.
Existem linhas de Aikido ligadas
somente a filosofia, e outras mais marciais (preocupados com a
técnica), acredito que ambas devem andar sempre lado a lado. Na
minha visão se você não consegue dominar seu corpo que é
teoricamente mais “fácil” quem dirá a sua mente...
“A arte marcial é por
definição uma 'arte de guerra'.”
Hoje em dia estando tão em voga as
artes marciais, por causa do MMA, e outras competições de combate e
ocorre um mal entendimento do público leigo e também dos
praticantes mais jovens sobre o que é Arte Marcial de Combate
e “arte marcial como esporte” entenda-se esporte de combate.
O homem é um ser
competitivo por natureza, e cria competições para ver o que ele
treina se realmente é
eficaz, porém,
há uma gama de regras, para garantir a integridade dos competidores
e o uso de protetores como: capacetes, luvas, protetores bucais,
coquilhas, coletes, e sendo abdicado de usar golpes traumáticos.
Competições onde o objetivo é marcar pontos. Pode-se observar a
distância criada da realidade. É por isso que não se vê
competições de Aikido e Krav-maga devido a inexistência de regras.
O Fundador do
Aikido Morihei Ueshiba era contrário a competições, como também o
mestre do Karate Funakoshi. Que “preocupava-se que
poderia perder muitas das variadas técnicas do Karate pelo afã de
marcar pontos, e também algo muito pior, como o fato de começarem a
surgir outros tipos de competições de caráter mais violento, o que
viria em claro prejuízo da Arte Marcial, contrário ao que os
mestres contemporâneos quiseram adotar no sentido espiritual do 'Do'
“
Deve-se ter o cuidado de lembrar que o
treinamento para competição é uma coisa, e o treinamento marcial é
outra.
As técnicas de competição são funcionais sim! Quero dizer que
devemos observá-las fora da academia em um contexto de um combate
real. Muitas técnicas e katas são tradicionais, e são treinandos
hoje em dia, somente para manterem a tradição e condicionamneto
físico. E são ineficientes se usadas num combate real.
O treino de não-mente “Zen” que deve ser buscado
constantemente nas artes marciais tradicionais, o uso da etiqueta
polidez desenvolvimento da visão periférica e do instinto que
ajudam a forjar um caráter, não pode ser conseguido somente com
idéia de um treinamento esportista
Não quero dizer que uma arte marcial é melhor que outra. Cada uma
tem seus pontos fortes e suas delimitações. E porque acredito que é
o artista marcial que faz a arte marcial e não o contrário,
acredito que eficiência de uma arte se dá graças a dedicação ao
treino do artista marcial.
Sei
que não estamos em guerra, mais não quero perder o foco que
“praticar uma arte marcial como
simples treino esportivo equivale a cultivar flores num jardim de
cimento; não produz flor nem eficácia. Os esportes estão
codificados por regulamentos estabelecidos para suprimir o máximo de
perigo; é o objetivo do esporte. As artes marciais devem fomentar a
audácia, o sangue-frio, a resistência, o golpe de vista, diante de
um ataque armado ... de um combate em que se pode perder a vida ...
não um título; é o objetivo das artes marciais”. Tadashi Abe
(7.º dan de Aikido). E
um combate na rua, estaremos diante do imprevisível; em um lugar
apertado ou amplo, o tamanho do oponente, seu peso, sua qualidade
técnica, se ele estará armado ou não, ou se teremos mais de um
oponente nem o tempo que vai durar o combate, por isso você deve
estar sempre pronto.
O treinamento do artista marcial deve buscar sempre ter em mente o
seu pior adversário, e nas piores situações e deve-se treinar de
todas as formas e variações possíveis de ataques e defesas e usar
de todos os meios para se defender da melhor forma. Treinamento deve
ser de uma evolução constante buscando a perfeição em cada
movimento já aprendido e uma constante busca de novas técnicas,
procurando unir mente e corpo, ainda que seja processo lento. Como
artista marcial e como ser humano porque na verdade ambas as coisas
caminham juntas.
“O bom artista marcial não é aquele que tem muitas medalhas,
mais sim aquele que consegue vencer a si mesmo.”
Shodan Carlos Eduardo “Porva”
Grupo Soshin Dojo Aikido
belo texto, sou de caicó - RN, ao final desse ano farei exame para shodan, ja tenho sobre minha responsabilidade pelo fato de ser militar alguns militares que treinam comigo. tanto policias como bombeiros, estou busacando esse equilíbrio entre o judô competição e a parte espiritual da arte, do judô fora do dojô. mas como o SR. mesmo bem disse o processo é lento e exige muito esforço.
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