segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A ORIGEM DO CONCEITO DE BUSHIDÔ E BUDÔ PARTE III

“A via do samurai é a morte”, escreve Yamamoto Tsunetomo no início do século XVIII, no famoso texto Hagakure: o bushi compreende a necessidade de se destacar de si e recupera a própria vida depois de tê-la descoberto frágil e efêmera. Vida e morte são duas faces da mesma moeda: a morte – também aquela a si mesmo com o ritual do seppuku ou do harakiri – expressa em grau máximo a livre vontade.
Levar ao extremo a experiência e a reflexão sobre combate, sobre conflito e sobre morte – leva o bushi à consciência de que a verdadeira força consiste não em empreender guerra contra o outro, mas no saber compreender sem lutar; e onde a luta seja inevitável, saber se controlar sem necessidade de recorrer à violência, às armas. O maior mestre é aquele que vence sem combater. De resto, o bushi pegou o caminho não para se destacar sobre os outros, mas sobre si próprio: o mestre da arte entendeu que o adversário mais tenaz se aninha em seu interior e o verdadeiro treinamento de combate á aquele que leva a empreender guerra às fraquezas, às faltas, aos rancores e à violência presentes dentro de si, e a erradicá-los. 
Fonte: Lobo Solitário: A estrada branca entre dois rios

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